A geração de Greta tem mais probabilidades de acreditar que a crise climática é uma emergência global

Quase dois terços dos cidadãos consideram as alterações climáticas uma emergência, concluiu a ONU, após um inquérito realizado em 50 países ao qual responderam 1,2 milhões de pessoas.

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daniel rocha

A geração da activista climática de 18 anos, Greta Thunberg, preocupa-se mais com o clima do que a dos seus pais e avós. Esta é uma das conclusões do maior inquérito de sempre sobre as alterações climáticas, confirmando o que muitas pessoas já suspeitavam.

Lançado esta quarta-feira, 27 de Janeiro, o estudo organizado pela Universidade de Oxford e pela Organização das Nações Unidas utilizou questionários pop-up em jogos online, como o Angry Birds, para tentar obter respostas de grupos de acesso difícil, incluindo os demasiado jovens para votar. A sondagem incluiu respostas de mais de 1,2 milhões de pessoas em 50 países.

Segundo o relatório, intitulado O Voto das Pessoas sobre o Clima, cerca de 70% das pessoas com menos de 18 anos acreditam que as alterações climáticas são uma emergência global, contra 58% das pessoas com mais de 60 anos. A média global foi de 64%. Foram questionadas 550 mil pessoas com menos de 18 anos, que mereceram um capítulo especial no relatório

Cassie Flynn, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, disse que as respostas demonstram um “apoio forte para uma acção climática ambiciosa”, que os líderes mundiais deveriam tomar em consideração.

O inquérito surge num momento crítico para os governos e deve ser influenciar os planos de estímulos para recuperar da pandemia, que irão afectar as gerações futuras, acrescentou. “Isto proporciona uma visão abrangente e sem precedentes, não só sobre se as pessoas acreditam que existe uma crise climática, mas também sobre como a querem resolver e quais são as suas prioridades para nos tirarem desta confusão”, disse Flynn.

A crença pública na emergência foi maior no Reino Unido, que deverá acolher uma cimeira global das Nações Unidas sobre as alterações climáticas na Escócia, em Novembro. Segue-se a Itália, com 81%. Em todos os países, o apoio à acção climática foi muito maior entre aqueles que tinham ido para a universidade, revelou o inquérito.

Globalmente, a política climática mais popular foi o esforço de conservação das florestas e solos, recebendo apoio de 54% dos inquiridos. A menos popular foi o incentivo a dietas à base de plantas. O inquérito tem uma margem de erro de 2%.