Citeve alerta que máscaras FFP2 têm “um conjunto de problemas”
O responsável pede “sensatez” às autoridades de saúde portuguesas, sublinhando que há soluções têxteis para conferir às máscaras sociais um maior nível de protecção.
O director-geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve) defende que as máscaras FFP2 “são muito boas” ao nível da filtração, mas comportam “um conjunto de problemas”, designadamente no campo da respirabilidade. Braz Costa acrescenta que “há soluções têxteis” para o caso de ser necessário aumentar o nível de protecção das máscaras sociais e que o Citeve, entidade certificadora de máscaras, já está a trabalhar nesse sentido.
“As máscaras FFP2 são muito boas no que diz respeito à filtração, mas têm um conjunto de outros problemas. Têm problemas no campo da respirabilidade, podem ter problemas no campo da acumulação de CO2”, declara. Segundo Braz Costa, a maior parte das máscaras FFP2 usadas em Portugal são importadas e o Citeve já testou algumas delas, detectando “problemas graves”.
Por isso, e numa altura em que alguns países estão a impor a obrigatoriedade de uso de máscaras FFP2, o responsável pede “sensatez” às autoridades de saúde portuguesas, sublinhando que há soluções têxteis para conferir às máscaras sociais um maior nível de protecção. “Haja sensatez em vez de se impor, de uma forma quadrada, o uso de máscaras FFP2, que têm vários problemas. Há soluções têxteis que podem conferir às máscaras sociais um muito maior nível de protecção. Já estamos a trabalhar a pensar nisso. Se for preciso dar mais um salto, dá-lo-emos”, enfatiza.
Para o director-geral do Citeve, os países que estão a equacionar o uso obrigatório das FFP2 “foram relativamente descuidados” em relação à regulamentação e ao controlo de qualidade das máscaras comunitárias. “Neste momento de aperto, acabam por tomar a decisão mais fácil, que é pôr toda a gente com uma FFP2”, critica.
Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o ministério questionou a Direcção-Geral da Saúde sobre a necessidade de revisão das medidas de prevenção contra a covid-19, face à proliferação de novas variantes do vírus SARS-CoV-2 em Portugal. “Não há ainda recomendações adicionais concretamente sobre a questão das máscaras ao nível do Centro Europeu de Controlo de Doenças e temos sempre alinhado as nossas posições com as recomendações internacionais. Estamos muito atentos e logo que haja alguma informação que coloque alguma necessidade de adaptação, fá-lo-emos”, afirmou Marta Temido.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 10.469 pessoas dos 636.190 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro de 2019.