Alemanha exige libertação imediata de apoiantes de Alexei Navalny
Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão debater, esta segunda-feira, se se justifica a aplicação de novas sanções contra individualidades russas, na sequência da repressão policial nas manifestações de sábado.
O Governo alemão exigiu a libertação imediata dos manifestantes que foram detidos no sábado, na Rússia, nos protestos contra a detenção de Alexei Navalny, o principal opositor do Presidente Vladimir Putin.
“A Constituição da Rússia dá a todos os russos o direito de expressarem as suas opiniões e de participarem em manifestações”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, antes do início de uma reunião, em Bruxelas, com os seus homólogos da União Europeia.
“Por isso, as pessoas que se manifestaram pacificamente têm de ser libertadas”, acrescentou Maas.
A polícia russa deteve mais de 3000 pessoas, no sábado, em manifestações que juntaram dezenas de milhares de pessoas no país.
Na sequência das detenções, a União Europeia admite aplicar, esta segunda-feira, novas sanções a individualidades russas por causa da reacção do Governo de Moscovo contra os protestos pacíficos.
À chegada a Bruxelas para a reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia disse que “há um clima de mudança na Rússia” que a União Europeia “tem de apoiar”, principalmente depois da detenção de Alexei Navalny após o seu regresso ao país.
“A União Europeia tem de enviar uma mensagem clara e decisiva de que isso não é aceitável”, disse Gabrielius Landsbergis, numa declaração gravada em vídeo.
Depois da invasão da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, em 2014, a União Europeia aplicou sanções aos sectores russos das finanças e do armamento. E, em Agosto do ano passado, também impôs sanções a personalidades próximas de Putin em resposta ao envenenamento de Navalny.
Para além da Lituânia, os governos da Letónia e da Estónia já se manifestaram a favor da aplicação de sanções a figuras próximas de Putin na sequência das detenções de sábado, e o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros disse que está pronto para apoiar mais proibições de viagens e congelamento de bens.
Esta segunda-feira, a Roménia também se manifestou publicamente a favor da aplicação de novas sanções.
O ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Pekka Haavisto, pediu “uma investigação legal a sério” à acusação de Navalny.
No sábado, 40.000 pessoas juntaram-se no maior protesto dos últimos anos na Rússia. Milhares foram detidas à força e levadas dos locais de protesto em carrinhas paradas nas proximidades.
A influência da Alemanha e de França vai ser fundamental para se perceber se a União Europeia vai mesmo avançar com novas sanções contra a Rússia, um dos maiores exportadores de petróleo e gás para o bloco.
Alexei Navalny acusa Vladimir Putin de ser o principal responsável pelo seu envenenamento, em Agosto, uma acusação rejeitada pelo Kremlin.
Moscovo diz que não viu provas de que Navalny tenha sido envenenado e considera que a detenção do advogado e opositor de Putin é um assunto interno.