É preciso passar menos tempo online também para defender a democracia, diz o príncipe Harry
Tanto o ataque ao Capitólio como a destruição da Amazónia tiveram um grande impulso através das redes, considerou o britânico numa entrevista.
Chegou a ser uma das contas de Instagram com mais seguidores entre os membros da família real britânica, mas com o afastamento do papel de membros sénior da realeza também a actividade na conta @sussexroyal foi suspensa. Depois disso, o casal Harry e Meghan afastou-se das redes sociais e, agora, o neto de Isabel II, e sexto na linha de sucessão ao trono, vem insurgir-se contra o papel das redes virtuais no mundo, exortando às pessoas que passem menos tempo online e mais tempo ligados com o mundo real.
Numa entrevista à Fast Company, revista de tecnologia e informação, publicada na última sexta-feira, Harry fez fortes críticas às redes sociais, responsabilizando-as pela divisão e confusão do mundo, afirmando que as mesmas também são responsáveis pelo ataque ao Capitólio dos Estados Unidos e pela destruição da floresta amazónica, no Brasil.
“Houve um verdadeiro ataque à democracia nos Estados Unidos, organizado nas redes sociais, que é uma questão de extremismo violento”, começou por dizer o príncipe, a residir nos EUA com a mulher e o filho, lembrando ainda outros casos em que as redes tiveram um papel fundamental no desenrolar dos acontecimentos. “É amplamente reconhecido que as redes sociais desempenharam um papel no genocídio em Myanmar e que foram usadas como um veículo para incitar a violência contra o povo rohingya.” Além disso, recorda, “no Brasil, as redes sociais forneceram um canal de desinformação que acabou por trazer destruição à Amazónia, que é uma questão ambiental e de saúde global”.
Harry tem sido extremamente crítico em relação aos tablóides, mas também à forma como as redes sociais ajudam a difundir fake news e como estas são um canal de ódio – o número de mensagens desse tipo levou o príncipe e a ex-actriz de Hollywood a afastarem-se dessas ferramentas, sendo que só deverão voltar “quando for certo”.
No entanto, o duque de Sussex não deixa de salientar a importância dos media tradicionais e da informação. Só que, ressalva, é preciso que as pessoas comecem a verificar as fontes e a pesquisar mais sobre as informações que recebem antes de as reenviarem para evitar o risco de notícias falsas.