Com mais ou menos filas, o país está a votar. E a afluência supera as expectativas
A afluência às 12h ficou acima de anos anteriores: 17,07% (2021), 15,82% (2016) e 13,39% (2011). É preciso recuar a 2006, ano em que foi eleito Cavaco Silva, para encontrar uma afluência superior, na ordem dos 19,32%, às 12h. Mas há diferenças em relação a esses anos.
Fila de 400 metros em Arroios, às 10h. Dois minutos para votar em Santa Maria da Feira e cinco na Maia, à mesma hora. Quase 45 minutos de espera em Coimbra às 11h e apenas 15 em Vila Nova de Santo André. Ao meio-dia, em Alfragide, votava-se com 200 metros de fila e meia hora depois. Em Loures, houve desistências pouco antes do almoço. A experiência difere de zona do país para zona do país, mas os números não mentem: 17,07% dos portugueses já tinham votado às 12h (foram 15,82% há cinco anos, quando o voto antecipado era mais limitado e não havia tantos eleitores inscritos no estrangeiro).
As mesas de voto abriram hoje às 8h, mas em algumas zonas do país a descarga dos votos antecipados atrasou o início da votação, levando à formação das primeiras filas do dia e à chegada das primeiras queixas à Comissão Nacional de Eleições (CNE). João Tiago Machado, porta-voz da CNE, começou o dia a explicar que o processo se iniciou em todo o país sem problemas de maior e sem qualquer caso “reportado” de boicote.
Além da circunstância de descarregar os votos antecipados, registaram-se apenas “três sítios em que houve contingências de abertura de portas”, mas que foram fácil e rapidamente resolvidas. Numa junta de freguesia houve um assalto, mas nada foi roubado, e noutras duas houve “bloqueios de portões, que foram prontamente resolvidos com recurso a serralheiro”, acrescentou o porta-voz.
Os candidatos, ex-presidentes e líderes partidários foram votando e produzindo declarações de apelo ao voto. Uma foi consensual: “Votar é seguro”.
Após uma espera de 30 minutos, também o primeiro-ministro cumpriu o seu dever numa escola de Benfica e falou aos jornalistas. “Quero recordar a todos que hoje demoram um bocadinho mais de tempo a votar, mas, apesar de tudo, é só de cinco em cinco anos que temos a honra de poder votar para escolher a pessoa que será a Presidente ou o Presidente dos portugueses”, disse.
Lembrou ainda que “muitos lutaram para que as eleições fossem um acto livre e democrático, exercido pelos cidadãos”, e acrescentou que sabe que “estas não vão ser comparáveis” com nenhuma das outras, desde logo por causa da pandemia, “porque há pessoas que ficaram confinadas depois do limite do prazo para poderem fazer o voto antecipado.”
Contudo, sublinhou, “quem quer que venha a ser eleito, em nada terá a sua legitimidade minimamente diminuída” pela participação. “A nossa representação é que fica diminuída. Se não escolhermos, não nos podemos queixar da escolha dos outros.”
Quando António Costa falou aos jornalistas ainda não eram conhecidos os dados sobre a afluência (às 12h) que este ano ficaram acima de anos anteriores: 17,07% (2021), 15,82% (2016) e 13,39% (2011). É preciso recuar a 2006, ano em que foi eleito Cavaco Silva, para encontrar uma afluência superior, na ordem dos 19,32%, às 12h. No entanto, há diferenças a assinalar em relação a esses anos: não havia tantos eleitores inscritos em voto antecipado e em mobilidade (porque as leis eram menos flexíveis) e havia menos eleitores inscritos no estrangeiro (agora, a actualização de morada é automática, quando se renova o cartão de cidadão).