Faculdades de medicina defendem ensino presencial e vacinação de alunos

“É muito importante que alunos, estudantes de medicina, continuem a beneficiar de modelos formativos em ambiente hospitalar”, diz Conselho das Escolas Médicas Portuguesas .

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Reuters/PEDRO NUNES

O Conselho das Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) defende a continuação de um ensino médico “o mais presencial possível” e a vacinação dos alunos que estão em “ambiente hospitalar”, disse à Lusa o presidente, Henrique Cyrne Carvalho.

Falando numa posição unânime entre todos os directores das faculdades de medicina, o também director do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto realçou a importância destes estudantes continuarem a beneficiar de modelos formativos em contexto hospitalar, ou seja, presencial.

“É muito importante que alunos, estudantes de medicina, continuem a beneficiar de modelos formativos em ambiente hospitalar relacionando-se de forma adequada com doentes e usando os equipamentos de protecção que o pessoal de saúde está a usar”, afirmou. Para Henrique Cyrne Carvalho, é fundamental que os alunos possam ter contacto com os doentes porque esta relação médico e doente é “essencial” na estrutura do seu modelo formativo.

Os actuais alunos serão futuros médicos e é necessário que, além de conhecedores em termos científicos, sejam pessoas com aptidões e características para entender o doente, identifiquem o sofrimento e o que pode reduzir esse mesmo sofrimento, considerou. O presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas adiantou que as faculdades estão em investir em modelos de simulação médica para ajudar os estudantes, mas esses nunca substituem o doente, nem a relação com esse.

Até ao momento, Henrique Cyrne Carvalho revelou que “poucos estudantes” em contexto hospitalar foram infectados por covid-19, nem que esses tivessem infectado os doentes. Por esse motivo, os directores das faculdades de medicina sugeriram ao Governo a vacinação dos alunos que estão em contexto hospitalar, contou.

“O que pretendemos é que os alunos em ambiente clínico, em proximidade e convívio directo com doentes possam beneficiar do plano de vacinação”, sublinhou. Nesta sequência, o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas pediu já uma reunião com a tutela da Saúde, aguardando agora a sua marcação, vincou.