Queridos Pais Birrentos! (Ei, Ana! E os avós? Os avós devem vir primeiro. Sem nós, vocês não existiam!)

Mais uma vez separadas pelo confinamento, Isabel e Ana Stilwell iniciam a 2ª Temporada do Birras de Mãe. Porque as birras entre avós e mães não desaparecem por decreto. Nem as saudades. As novas cartas entre uma avó/mãe e uma filha/mãe prometem contar-lhe toda a verdade, sem o politicamente correcto.

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@DESIGNER.SANDRAF

Ok, ok, mãe!

Queridos Avós E Pais Birrentos, (Melhor...)

Hoje, a nossa carta é para vocês (Ana, não te esqueças de pôr o acento...)

Mãe, quer ser a mãe a escrever? (Não, não, estás a ir muito bem. Continua...)

Então, estava a dizer que, como sabem, começámos um segundo confinamento, quase um ano depois do primeiro. E se é verdade que foram anunciadas à exaustão as novas regras, orientações e recomendações, não podemos deixar de constatar que, mais uma vez, o Governo se esqueceu de falar de um ponto essencial: como sobreviver às birras em confinamento. Deviam existir documentos oficiais, carimbados e reconhecidos, com normas específicas para pais, para mães, para avós, sem esquecer os filhos, de forma a evitar que cheguemos ao final do mês (ou mais além!) com as nossas relações familiares gravemente contaminadas.

Descoberta a lacuna, deitámos mãos à obra, lançando hoje a segunda temporada do Birras de Mãe! É que as birras não confinam, e podem ter a certeza de que mesmo que seja por Zoom as “bocas” dos avós hão-de chegar aos ouvidos das mães.

E as “bocas” das mães, aos ouvidos dos avós, ou a mãe ainda não ouviu falar que há uma nova estirpe ainda mais contagiosa?

Ana, vamos ao que importa.

Calma, mãe!

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Aqui vão, as orientações oficiais do Birras de Mãe — 2a Temporada

1. Vamos desistir à partida de nos armarmos em supermulheres.

Recusamos sentir que a casa tem de estar impecável e a brilhar só porque, desta vez, “os miúdos estão na escola e sobram uns minutos entre reuniões de teletrabalho”. E não vamos cozinhar pratos rebuscados só porque estamos em casa, aliás, nem os temos de comer!

2. Não vamos ter medo de confessar prazeres e birras escondidas e politicamente incorrectas. Vale ficarmos um bocadinho aliviadas com o confinamento, vale adorar deixar os miúdos na escola e ver mais um episódio de uma série antes de abrir os e-mails para começar a trabalhar. E se precisarem de uma justificação para vocês próprias, lembrem-se que seria o tempo que gastavam no trânsito.

3. Não nos vamos autoflagelar com o que aparece nas redes sociais: À primeira imagem de uma casa perfeita e de uma vida meticulosamente organizada temos autorização para desligar (ou ir ao Instagram do Birras de Mãe para um reality-check!).

4. Vamos recusar policiarmo-nos uns aos outros, do género “Foi dar um passeio de 20 minutos e não levou o cão!” Sim, não podemos controlar tudo e todos, por isso vamos preocuparmo-nos mais com a nossa galinha e deixar a do vizinho em paz.

5. Vamos cumprir um horário de trabalho, sem deixar que o medo de desagradar ao chefe ou de perder o emprego, nos leve a sermos incapazes de largar o computador. Os sábados e domingos continuam a ser sábados e domingos.

6. Vamos Votar!!

7. Vamos ser genuínos uns com os outros e partilhar os nossos medos e ansiedades, vamos falar e tomar conta da nossa saúde mental!

8. Vamos lembrar-nos que mantendo a distância social e usando máscara podemos ir dar um olá à vizinha e meter dois dedos de conversa de que provavelmente ela tanto precisa e nos faz tanto bem!

9. A Ana NÃO vai adoptar outro cão... Ahahah! Não prometo nada.

10. Vamos continuar a escrever cartas, e a aumentar a nossa comunidade de mães birrentas. E temos surpresas!


No Birras de Mãe, uma avó/ mãe (e também sogra) e uma mãe/filha, logo de quatro filhos, separadas pela quarentena, vão diariamente escrever-se, para falar dos medos, irritações, perplexidade, raivas, mal-entendidos, mas também da sensação de perfeita comunhão que — ocasionalmente! — as invade. Na esperança de que quem as leia, mãe ou avó, sinta que é de si que falam. Facebook Instagram.

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