Supremo sul-coreano confirma os 20 anos de prisão para ex-Presidente Park

Park Geun-hye foi destituída em 2017 e condenada por corrupção e abuso de poder. Defesa espera perdão presidencial para que seja libertada.

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Park Geun-hye durante uma sessão do seu julgamento em 2017 SONG KYUNG-SEOK / POOL / EPA

O Supremo Tribunal da Coreia do Sul confirmou esta quinta-feira a pena de prisão de 20 anos para a ex-Presidente Park Geun-hye acusada de corrupção e abuso de poder, que foi destituída em 2017.

A decisão do tribunal mais elevado na hierarquia judicial sul-coreana põe fim ao longo percurso que o caso de Park na justiça. A defesa da ex-Presidente apresentou vários recursos e houve até a repetição do julgamento em Julho do ano passado. Inicialmente, Park tinha sido condenada a 30 anos de prisão.

Em 2017, Park tornou-se na primeira Presidente sul-coreana em funções a ser destituída pelo Parlamento, depois de terem vindo a público pormenores sobre o favorecimento de uma amiga em negócios do Estado. O caso histórico envolveu ainda acusações contra dois dos principais empresários do país.

A defesa aguarda agora a possibilidade de vir a ser concedido a Park um perdão pelo actual Presidente, Moon Jae-in. Uma fonte da Casa Azul, a residência do chefe de Estado, disse ser pouco apropriado comentar a possibilidade de um perdão logo depois da sentença e que a decisão de Moon iria reflectir a vontade do povo, diz a Reuters.

No entanto, o caso de Park funcionou como uma espécie de trauma colectivo num país em que vários políticos de topo, incluindo outros ex-Presidentes, foram envolvidos em casos de corrupção.

Park, filha de um antigo ditador militar, tornara-se em 2013 a primeira mulher a chegar à presidência. No entanto, a sua amizade com Choi Soon-il, que conhecia desde a infância, tornou-se objecto de um apertado escrutínio e as revelações chocaram o país. Durante anos, Choi usou a sua proximidade a Park para extorquir milhões a algumas das maiores empresas sul-coreanas, com a aparente cumplicidade da Presidente.

Para além disso, emergiram relatos sobre a grande influência que Choi – que nunca desempenhou qualquer cargo público – exercia sobre Park.

As revelações geraram uma onda de protestos poucas vezes vista na Coreia do Sul. Durante várias semanas, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em Seul pedindo a demissão de Park.

Nos tribunais, o caso arrastou alguns dos principais nomes da indústria sul-coreano, incluindo Lee Jae-yong, o herdeiro da Samsung, que chegou a estar preso acusado de ter pago um suborno a Choi.

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