A graça de Ornella e as lutas dos sem-nome: Raimund Hoghe em dose dupla no Porto (se a pandemia deixar)

Coreógrafo alemão regressa ao Rivoli para apresentar Canzone per Ornella, que se estreia em território nacional esta quarta-feira, e Postcards from Vietnam, cuja concretização da récita marcada para sexta está ainda dependente da data de entrada em vigor do novo confinamento.

Foto
Canzone per Ornella Rosa Frank

Esta não é a primeira vez que Raimund Hoghe cria o que diz ser uma “oferenda musical” para uma figura que admira. Em Maio de 2015, no Rivoli, um dos pólos do Teatro Municipal do Porto (TMP), perdíamo-nos dentro de An Evening with Judy, espectáculo em que o coreógrafo alemão — o “corcunda”, como se definiu na sua autobiografia, antes de escritor, intérprete ou dramaturgo — recuperava o difícil percurso da actriz Judy Garland e expressava a sua identificação com a lendária “corcundinha” do produtor Louis B. Mayer, um dos fundadores da Metro-Goldwyn-Mayer (MGM). Sabemos, também, das peças Meinwärts (1994) — uma homenagem ao tenor romeno Joseph Schmidt —, 36, Avenue Georges Mandel (2007) — morada do apartamento parisiense onde, sozinha e sem dinheiro, morreu a soprano grega Maria Callas, aos 53 anos — ou Songs for Takashi (2015) — desenvolvida a pensar no bailarino japonês Takashi Ueno, com quem Hoghe tem colaborado regularmente desde 2010 —, por exemplo.

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