EUA voltam a incluir Cuba na lista de Estados que apoiam terrorismo

Anúncio foi feito a poucos dias do fim da Administração Trump. Ministro dos Negócios Estrangeiros cubano critica “oportunismo político” do Presidente cessante.

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“O contínuo apoio de Cuba ao terrorismo no hemisfério ocidental deve ser travado”, defendeu o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo JONATHAN ERNST/Reuters
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Havana, capital de Cuba YANDER ZAMORA/EPA

A Administração do Presidente cessante dos Estados Unidos da América, Donald Trump, voltou a incluir Cuba na lista negra de Estados que apoiam o terrorismo, da qual tinha sido retirada em 2015, pelo então chefe de Estado, Barack Obama.

A decisão foi anunciada na segunda-feira e a poucos dias do fim do mandato de Trump na Casa Branca, e pode dificultar ao Presidente eleito, o democrata Joe Biden, que toma posse a 20 de Janeiro, a renovação dos laços diplomáticos com Havana.

“O contínuo apoio de Cuba ao terrorismo no hemisfério ocidental deve ser travado”, escreveu o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no Twitter.

“Hoje, os Estados Unidos voltam a colocar Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo para responsabilizar o regime de Castro pelo seu comportamento maligno”, denunciou, referindo-se aos antigos líderes cubanos Fidel e Raúl Castro.

Numa declaração citada pela AFP, o chefe da Diplomacia norte-americana acusou Cuba de “ter apoiado repetidamente actos de terrorismo internacional ao dar refúgio a terroristas”.

Em resposta, também no Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, criticou o “oportunismo político” da Administração Trump.

“Condenamos a designação cínica e hipócrita de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo anunciada pelos Estados Unidos da América. O oportunismo político desta acção é reconhecido por todos os que estão realmente preocupados com o flagelo do terrorismo e as suas vítimas”, atirou o ministro.

Cuba junta-se assim a Irão, Coreia do Norte e Síria na lista negra de Estados que apoiam o terrorismo, segundo os EUA, e da qual o Sudão foi recentemente removido. A ilha integrava desde Maio de 2020 uma lista de países que não cooperavam com os programas antiterrorismo dos EUA.

Havana tem recusado entregar fugitivos norte-americanos a quem concedeu asilo, incluindo um militante negro condenado pela morte de um soldado do estado de Nova Jérsia na década de 1970. 

Além do estatuto de refugiado político, os fugitivos norte-americanos receberam alojamento gratuito, cuidados de saúde e outros benefícios por parte de Cuba, que insiste que os EUA não têm “base moral ou legal” para exigir o seu regresso.