Depois de dois anos em suspenso, o festival mais dançante de todos os realizados em Portugal vai regressar em 2021 e num novo cenário. A aldeia de Campinho, junto ao Grande Lago do Alqueva, será o palco do Festival Andanças, organizado pela Associação PédeXumbo desde 1996: foi confirmado para realizar-se entre 18 e 22 de Agosto, ainda não se sabendo como se adaptará o formato a este Verão.
Mas a receita-base mantém-se: música e dança tradicionais no menu principal, num caldo que combina a aprendizagem e o intercâmbio geracional de saberes e culturas - durante o dia aprende-se, à noite revê-se a matéria dada, que é como quem, exibe-se o que se aprendeu entre danças europeias, africanas e americanas, que percorrem várias tradições (bascas e balcânicas, portuguesas e catalãs, húngaras e mediterrânicas, belgas e italianas e a lista poderia continuar).
Serão cinco dias com actividades para todas a idades, que se vão desenvolver tanto em ambiente natural, junto ao Alqueva, como se vão deslocar ao interior da aldeia - sendo que o coração vai bater no Parque de Eventos de Campinho, onde se instalarão vários palcos, zonas de alimentação e bebida, espaço de campismo e parque de estacionamento.
A aldeia de Reguengos de Monsaraz é o mais recente palco do festival andarilho - começou em Évora, ganhou fama em Carvalhais, passou pela Barragem de Póvoa e Meadas e, depois do incêndio que ensombrou a edição de 2016, transferiu-se para a sede do concelho, Castelo de Vide.
Em 2019, ano em que o Andanças deveria regressar à barragem, foi cancelado com a promessa de que voltaria.
Aí está ele, em nova geografia mas mantendo-se assente nos seus quatro pilares fundamentais: a dança e a música, o voluntariado, a comunidade e a sustentabilidade.
A aldeia de Campinho, marcada pela tradição alentejana, parte da freguesia de Campo e Campinho, fica no concelho de Reguengos mas paredes meias com o concelho de Portel. Perto, São Marcos do Campo e a aldeia de Cumeada, particularmente célebre por ser sede do Observatório oficial do Dark Sky Alqueva. Por aqui, além da atracção do grande lago, não faltam monumentos megalíticos, heranças arquitectónicas como o palácio Roncão d’El Rei ou, entre capelas e igrejas, as ermidas de Nossa Senhora da Conceição ou do Santo Amador.