Bolsonaro pede à Índia envio urgente de vacinas
Carregamento com ingrediente activo usado na vacina da AstraZeneca não chegou a tempo. Governo brasileiro pede agora dois milhões de doses para iniciar programa de vacinação.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, escreveu ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a pedir que envie para o Brasil, o mais rapidamente possível, um carregamento com dois milhões de vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca.
A carta de Bolsonaro foi divulgada pelo seu departamento de comunicação e é enviada numa altura de fortes críticas ao programa de vacinação no Brasil. O Governo brasileiro está a ser questionado pelos atrasos na chegada das vacinas à população, num país que tem o segundo maior índice de mortalidade por covid-19 em todo o mundo, com mais de 200 mil mortos para um número total de oito milhões de infectados.
“Para possibilitar a imediata implementação do nosso Programa Nacional de Imunização, muito apreciaria poder contar com os bons ofícios de Vossa Excelência para antecipar o fornecimento ao Brasil, com a possível urgência e sem prejudicar o programa indiano de vacinação, de 2 milhões de doses do imunizante produzido pelo Serum Institute of India”, diz Jair Bolsonaro na carta.
A mensagem do Presidente brasileiro surge depois de o centro biomédico estatal Fiocruz ter alertado para a falta de um ingrediente activo na produção de milhões de doses da vacina da AstraZeneca no Brasil. Estava previsto que o carregamento chegasse ao Brasil este sábado, mas é provável que só chegue no final do mês.
A Fiocruz contava fornecer ao Governo brasileiro milhões de doses da vacina ainda este mês, e disse que está em negociações para importar mais doses prontas para serem usadas, para além dos dois milhões pedidos à Índia.
De acordo com a agência Reuters, o ingrediente activo está pronto para ser enviado para o Brasil, mas o carregamento aguarda uma licença de exportação da China, que é o país produtor.
O ministro da Saúde brasileiro, Eduardo Pazuello, informou na quinta-feira que o Brasil tem garantidos 212 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca e prevê ainda conseguir mais 42 milhões de doses do Covax, mas ainda não há qualquer prazo para a entrega de vacinas do consórcio da Organização Mundial da Saúde que acompanha nove estudos de potenciais vacinas.