Críticos dos EUA votam Vitalina Varela como quarto melhor filme de língua estrangeira

O filme de Pedro Costa foi ainda o terceiro classificado na categoria de melhor cinematografia. O anúncio aconteceu este sábado através da conta de Twitter da Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos.

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Pedro Costa no Festival de Locarno em 2019 LUSA/URS FLUEELER

O filme Vitalina Varela de Pedro Costa foi votado o quarto melhor de língua estrangeira do ano pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos (NSFC na sigla original).

O anúncio aconteceu este sábado através da conta de Twitter da organização, depois da reunião dos 55.º prémios anuais. A NSFC colocou Vitalina Varela (32 pontos) atrás do romeno Collective (38 pontos), de Alexander Nanau, do brasileiro Bacurau (36 pontos), de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e do russo Beanpole (36 pontos), de Kantemir Balagov.

O filme de Pedro Costa foi ainda o terceiro classificado na categoria de melhor cinematografia, com o director de fotografia Leonardo Simões a ser superado por James Richards (de Nomadland) e Shabier Kirchner (de Lovers Rock).

Nomadland foi grande vencedor

Nomadland, de Chloé Zhao, foi o grande vencedor destes galardões, tendo conquistado também as categorias de melhor filme, melhor realização e melhor actriz, atribuído a Frances McDormand.

De acordo com a sociedade de críticos, o processo foi conduzido por um sistema de votação ponderada, com os participantes a votarem nas suas três escolhas para cada categoria (três pontos para a primeira escolha, dois para a segunda e um para a terceira). “O nomeado com mais pontos e que apareça na maioria dos boletins de voto vence”, explicou a sociedade.

O candidato português à nomeação para Óscar de Melhor Filme Internacional, Vitalina Varela, teve estreia mundial em Agosto de 2019 no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde arrecadou os principais prémios: Leopardo de Ouro e Leopardo de melhor interpretação feminina.

Desde então, tem sido exibido e recebido vários prémios em diversos festivais internacionais de cinema, para além de ter aparecido em múltiplas listas de melhores do ano. A publicação especializada Variety colocou-o, há dias, em 19.º na lista de possíveis candidatos ao Óscar de Melhor Filme Internacional.

A narrativa centra-se numa mulher cabo-verdiana que chega a Portugal três dias após a morte do marido, depois de ter estado 25 anos à espera de um bilhete de avião.

Pedro Costa conheceu Vitalina Varela quando rodava Cavalo Dinheiro, acabando por incluir parte da sua história na narrativa, dando-lhe depois protagonismo no filme seguinte.

Em Locarno, Pedro Costa explicou que os filmes sobre a comunidade cabo-verdiana não são documentários: “Estamos a fazer algo um pouco mais épico”, com base numa relação que existe há 25 anos. “Falo de pessoas que vivem hoje no esquecimento, dormem nas ruas, são torturados. O cinema pode protegê-los, de certa forma vingar uma parte desta situação, porque pode ser exibido em qualquer lado”, disse.