FC Porto quebra o gelo na discussão dos primeiros com uma goleada
Campeão passou sem problemas em Famalicão, vencendo por margem confortável em noite que teve sempre sob controlo.
O FC Porto quebrou o gelo de Famalicão e avançou para nova e decidida vitória na Liga (1-4) , impedindo a fuga de Sporting e Benfica e a aproximação do Sp. Braga, que haviam já vencido os respectivos compromissos. Num clima favorável aos portistas, em ciclo de 14 partidas sem conhecer o sabor da derrota, a contrastar com o momento menos pujante dos famalicenses - num terreno onde na época passada surpreenderam os “azuis e brancos” -, impôs-se a equipa com mais argumentos, confirmando-se a permeabilidade da defesa mais batida da Liga, que agravou a contabilidade ao averbar mais quatro golos.
O FC Porto até começou por simplificar a missão ainda dentro do primeiro quarto de hora, ganhando vantagem na sequência de uma arrancada de Corona, pela direita, concluída tranquilamente por Taremi. O golo dava expressão ao maior pendor ofensivo dos “dragões”, ainda que as oportunidades, exceptuando um livre directo de Sérgio Oliveira, não abundassem.
Com Otávio de regresso à equipa e Luis Díaz de volta ao banco - onde já esteve Pepe, que ainda foi a tempo de jogar os minutos finais -, Sérgio Conceição apostava na capacidade do brasileiro para enfraquecer a estrutura famalicense, criteriosamente reforçada para contrariar o ataque mais produtivo do campeonato. A outra alteração no “onze” dos “azuis e brancos” implicava a troca de Manafá (um dos casos positivos de covid-19) por Nanu.
Do lado minhoto, João Pedro Sousa contou com o reforço Rúben Vinagre, que permitiu libertar Gil Dias para funções mais ofensivas, mesmo que o Famalicão apenas arriscasse o estritamente necessário, invariavelmente por Anderson. O brasileiro correspondeu, minando a relação de Mbemba com Nanu e acabando por conquistar um penálti concedido por Rui Costa e confirmado pelo VAR. Na tentativa de impedir que o avançado rematasse, Diogo Leite esticou a perna e foi pontapeado por Anderson. O videoárbitro manteve a decisão do “juiz” e Jhonata Robert empatava, sete minutos depois do golo portista.
Sem outros motivos de interesse, o jogo avançou para o penálti seguinte, desta feita por indicação do VAR. Numa saída aos pés de Taremi, Vaná falhou a defesa e o avançado iraniano caiu, num movimento típico que Rui Costa interpretou como mergulho. Mas depois de consultar as imagens, o árbitro alterou a decisão. Aproveitou Sérgio Oliveira para assinar o 11.º golo da época e colocar de novo os “dragões” na frente.
Apesar de o mercúrio dos termómetros acusar temperaturas quase negativas, que ameaçavam transformar o relvado em pista de gelo - a motivar, mesmo, o atraso de cinco minutos no início do encontro, para que as zonas junto às balizas fossem descongeladas (com recurso a sal, a baldes de água a ferver e a picadores de gelo improvisados) -, o jogo alimentava-se do calor das discussões, sempre com o VAR debaixo de fogo. À terceira reclamação, o “big brother” não atendeu os pedidos portistas de novo penálti, na sequência de uma queda de Sérgio Oliveira de que resultou apenas a crispação do banco forasteiro.
O terceiro golo portista não chegou da marca dos 11 metros, mas de um deslize de Vaná, traído pela camada de gelo. O guarda-redes escorregou na pior altura, ficando a ver, impotente, a bola cabeceada por Taremi dirigir-se à baliza deserta.
A partir daí, o Famalicão teve um par de aproximações perigosas à baliza de Marchesín (que brilhou bem alto ao travar um livre directo), mas foi o FC Porto a fechar o resultado, com a estreia de João Mário a marcar, na sequência de um contra-ataque. Segue-se a eliminatória na Taça de Portugal, antes do clássico com o Benfica.