Para alguns este não é o fim da linha

“Morreu quase tudo.” Foi-se o comboio entre o Pocinho e Barca D’Alva e com ele as pessoas. Ficou a barragem, as “velhas”, as silvas e o carril, que agora sente o pulsar de uma nova vida, com o projecto de turismo fluvial Casas da Linha Férrea.

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A antiga casa de manutenção PK 173,822 é agora uma sala de refeições com vista para o Douro
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Na passagem de nível PN 171,913 já não passam comboios. Arlete, 80 anos, queixa-se: "Quando acabou o comboio, acabou tudo."
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"Temos a capacidade de correr riscos e temos mentalidade de longo prazo", diz Paulo Romão, fundador das Casas do Côro e responsável pelo projecto Casas da Linha Férrea.
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Pocinho, estação terminal da Linha do Douro — o fim de linha desde 1988. Cinco vezes por dia: 10h44, 12h38, 16h41, 18h41 e 20h53, se chegar à tabela. As carruagens vermelhas lustrosas abrandam e detêm-se por uns minutos à espera de que a locomotiva da série 1400 se reposicione na outra extremidade da composição. São poucos os que assistem ao ritual da mudança de agulhas. Ouve-se o apito do chefe da estação, bandeira vermelha enrolada, e volta o silêncio à aldeia.

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