Centenário da descoberta da insulina comemorado com exposição em Lisboa
No início de Janeiro, será inaugurada a exposição Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e depois percorrerá várias ciades do país.
O centenário da descoberta da insulina, que revolucionou o tratamento da diabetes e permitiu salvar milhões de vidas, começa a ser comemorado em Janeiro, com uma exposição na Universidade de Lisboa, a que se seguirão outras iniciativas em 2021.
Considerada um dos marcos mais revolucionários da medicina no século XX, a descoberta da insulina veio salvar doentes para quem a diabetes era equivalente a uma “condenação à morte”, conforme assinalou esta quinta-feira a comissão criada para desenvolver o programa de comemorações do centenário ao longo do próximo ano.
A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário da Descoberta da Insulina conta com elementos que acompanharam mais de meio século desta história e cujo objectivo é reforçar a importância do acontecimento, bem como os principais avanços alcançados nos últimos 100 anos. Em 1921, a insulina foi isolada pela primeira vez em laboratório, com sucesso, e foi aplicada numa pessoa em Janeiro do ano seguinte. Passou a ser o principal tratamento na luta contra a diabetes, uma doença que era fatal.
“Antes deste acontecimento, a sobrevivência de uma criança com diabetes tipo 1 variava entre um mês e dois anos, no máximo”, segundo o endocrinologista Luís Gardete Correia, citado em comunicado emitido pela organização da iniciativa. Para José Luís Medina, especialista em endocrinologia e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a descoberta veio também “abrir portas a mais e melhor investigação sobre novas insulinas” e novos métodos de aplicação.
“Antes da descoberta da insulina, ter diabetes era equivalente a uma condenação à morte. O tempo de vida era curto e associado a complicações graves, como a cegueira, as amputações dos membros, o acidente vascular cerebral, o enfarte do miocárdio, a insuficiência renal e a morte”, explicou José Luís Medina. Manuel Almeida Ruas, fundador e ex-director do Serviço de Endocrinologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, associou-se também à iniciativa para defender que mesmo em tempo de pandemia (covid-19) deve ser assinalado este “acontecimento histórico” e prestada homenagem aos investigadores de todo o mundo que contribuem para o sucesso do combate à diabetes.
No início de Janeiro, será inaugurada a exposição Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que seguirá para Coimbra e depois para o Porto, Funchal e Ponta Delgada. Estão previstos outros eventos pelo país durante o ano, tendo sido criado um site para promover as diversas iniciativas.
A insulina é descrita como uma hormona responsável pela redução da glicemia, concentração de glicose no sangue. Foi descoberta a 27 de Julho de 1921 pelos cientistas canadianos Frederick Banting e Charles Best no laboratório do cientista britânico John James Rickard Macleod. O médico Frederick Banting, considerado um dos autores da descoberta, recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1923, juntamente com John James Rickard Macleod.