Cultura
Beja, Terra Sonora: celebrar o fado e o cante alentejano numa exposição fotográfica
É com o objectivo de celebrar o fado e o cante alentejano, que foram elevados a Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2011 e 2014, respectivamente, que o município de Beja lhes dedica uma exposição fotográfica intitulada Beja – Terra Sonora, que estará em exposição até 15 de Janeiro de 2021, no Centro UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, em Beja.
Cinco fotógrafos - Ricardo Zambujo, Susana Teixeira, Miguel Valente, Ana Espinho e José Espinho - “retrataram aqueles que são os embaixadores locais do fado e do cante”, refere o município, em comunicado dirigido ao P3. Foram fotografados 19 grupos corais, 20 artistas, entre eles fadistas, cantadores e músicos do concelho de Beja, entre Agosto e Setembro de 2020.
“Fotografar estes grupos foi uma experiência estranha devido à covid-19”, refere o fotógrafo pacense Ricardo Zambujo, contactado pelo P3. “Os grupos corais, que são compostos por um grande número de pessoas, não ensaiavam desde o início da pandemia e muitos hesitaram em reunir-se.” Por esse motivo, grande parte das pessoas foram fotografadas no exterior.
Ricardo, que fotografou sobretudo fadistas e cantadores, chama a atenção para a presença de muitos jovens entre os artistas retratados. “O cante alentejano estava em decadência, não era visto pelos jovens como parte da sua cultura. Hoje, graças à elevação a Património Cultural e Imaterial da UNESCO e aos esforços que têm sido feitos pelo município nas escolas, que também ensinam o cante, já muitos jovens integram esses grupos.”
A exposição inclui 40 a 50 fotografias. “Foi difícil escolher quais deveriam integrar, uma vez que cada fotógrafo só podia incluir uma imagem de cada artista”, relembra Ricardo Zambujo. “Foi um desafio, mas foi uma experiência engraçada.”