Três autores portugueses na final do prémio Oceanos

Romances de José Luís Peixoto e Djaimila Pereira de Almeida e livro de crónicas de Abel Barros Baptista entre as dez obras que se mantêm na corrida.

José Luís Peixoto
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José Luís Peixoto Rui Gaudencio
Abel Barros Baptista
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Abel Barros Baptista Rui Gaudencio
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Djaimila Pereira de Almeida em 2018 Rui Gaudencio

A romancista portuguesa Djaimila Pereira de Almeida volta a estar entre os dez finalistas do prémio Oceanos, um dos mais importantes prémios literários de língua portuguesa, com A Visão das Plantas, depois de ter vencido a edição de 2019 com Luanda, Lisboa, Paraíso. Anunciada esta terça-feira em S. Paulo, no Brasil, a lista de dez obras que seguem para a final inclui ainda o romance Autobiografia, de José Luís Peixoto, que recebeu o primeiro prémio em 2016 com Galveias, e o volume de crónicas Obnóxio, do ensaísta Abel Barros Baptista.  

As restantes sete obras são brasileiras e incluem duas estreias no romance de autores que se tinham notabilizado enquanto contistas: José Rezende, com A Cidade Inexistente, e Itamar Vieira Junior, com Torto Arado. A Ocupação, de Julián Fuks, cujo anterior A Resistência ficou em 2.º lugar em 2016, e Carta à Rainha Louca, de Maria Valéria Rezende, são os outros dois romances destacados pelo júri, que escolheu ainda um volume de contos, Sombrio Ermo Turvo, de Veronica Stigger, e dois  livros de poesia: As Durações da Casa, de Julia de Souza e As Solas dos Pés de Meu Avô, de Tiago D. Oliveira.

Organizado pelo instituto brasileiro Itaú Cultural, com patrocínios do banco Itaú e do Estado português – através da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) –, o Oceanos atribui prémios aos três primeiros classificados, num montante global de 250 mil reais (38.675 euros), com o livro vencedor a receber 120 mil reais (18.564 euros), o segundo 80 mil (12.376 euros) e o terceiro 50 mil (7.735 euros).

Desde 2017 que podem candidatar-se livros em língua portuguesa publicados em qualquer lugar do mundo, e entre as 1872 obras que se candidataram a esta edição – a mais concorrida de sempre – contam-se não apenas edições brasileiras, portuguesas e dos vários países africanos de expressão portuguesa, mas também livros originalmente publicados no Canadá, nos Estados Unidos, na Espanha, na Dinamarca ou na Letónia.

Um primeiro júri elegeu 54 obras: 37 do Brasil, 15 de Portugal, uma de Moçambique e outra de Cabo Verde. Um segundo júri, de sete elementos – os ensaístas portugueses Isabel Pires de Lima, Clara Rowland e Gustavo Rubim, os escritores e críticos brasileiros Ana Paula Maia, Edimilson Pereira de Almeida, e José Castello, e o crítico literário moçambicano Nataniel Ngomane – partiram então dessa extensa lista de semi-finalistas para escolher os dez livros agora anunciados. 

A escolha dos futuros três premiados, em Dezembro, caberá agora a um novo júri, composto pelos ensaístas portugueses Carlos Mendes de Sousa e Joana Matos Frias, pelo ficcionista angolano Ondjaki, pela ensaísta são-tomense Inocência Mata, pela poetisa brasileira Angélica Freitas, e pelos professores, também brasileiros, João Cezar de Castro Rocha e Viviana Bosi.

Este esforço em envolver representantes dos vários países de língua portuguesa abrange a própria curadoria do prémio, que além da coordenadora, a gestora cultural Selma Caetano, integra o jornalista brasileiro Manuel da Costa Pinto, a a linguista cabo-verdiana Adelaide Monteiro, a quem coube anunciar, numa sessão em streaming a partir do site do Itaú Cultural, a lista dos dez finalistas, e a escritora e jornalista portuguesa Isabel Lucas, que apresentou os dez autores e conversou depois com eles por teleconferência.

Nas doze obras portuguesas que tinham chegado à lista intermédia mas não atingiram a final há cinco romances – A Imortal da Graça, de Filipe Homem da Fonseca, O Beco da Liberdade, de Álvaro Laborinho Lúcio, O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça, de Ana Margarida de Carvalho, O Processo Violeta, de Inês Pedrosa, e Um Passo para o Sul, de Judite Canha Fernandes –, o livro de contos Todos Nós Temos Medo do Vermelho, Amarelo e Azul, de Alexandre Andrade, dois volumes de crónicas (Imagens Imaginadas, de Pedro Mexia, e Quotidiano Instável, de Maria Teresa Horta) e quatro livros de poemas: Fósforo e Metal sobre Imitação do Ser Humano, de Filipa Leal, Frentes de Fogo, de A. M. Pires Cabral, Giz Preto, de Gonçalo Fernandes, e O Quarto Rosa, de Francisca Camelo.

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