Benfica foi alternativo e suficiente na Taça
Golo de Samaris valeu o triunfo aos “encarnados” sobre o Paredes e o apuramento para a quarta eliminatória.
Foi um Benfica bem diferente do habitual que se apresentou neste sábado, em Paredes, para a terceira eliminatória da Taça de Portugal. Sem muitos dos seus habituais titulares, os “encarnados” fizeram o suficiente para seguir em frente com um triunfo por 0-1 sobre o seu adversário da Série C do Campeonato de Portugal. Um golo de Samaris fez a diferença num jogo que marcou o regresso do Benfica à competição, depois de uma pausa de duas semanas para compromissos de selecções, e às vitórias, depois de três jogos sem vencer (e em que sofreu nove golos).
Para a viagem ao norte do país, Jorge Jesus, em nome da gestão de esforço dos internacionais da equipa, foi desenterrar alguns jogadores que nunca contaram para montar um “monstro de Frankenstein” com peças da equipa B, sub-23 e outros do plantel principal. Ferreyra, que já não jogava no Benfica desde 2018, foi titular, tal como Ferro, que ainda não tinha entrado na rotação de centrais, Helton Leite, Samaris e Cervi e Chiquinho, que vivem no fundo do banco, ou João Ferreira e Gonçalo Ramos, dois jovens da formação. Jardel e Pizzi eram os componentes com mais rotação na equipa principal.
Com um “onze” assim, feito de gente que não está habituada a jogar junta, o Benfica foi o que se podia esperar. Sério, sem ser muito vistoso, funcional, mas sem grande rasgo ofensivo, dominador sem ser esmagador. E perante um Paredes com uma linha de cinco defesas, mais quatro médios, todos entrincheirados no quarto de campo mais perto da sua baliza, os “encarnados” teriam de ter paciência. Esperar que a sua superioridade teórica perante um adversário do terceiro escalão tivesse efeitos práticos no campo.
Até ao golo, os “encarnados” andaram a rondar a baliza de Marco sem nunca terem uma verdadeira oportunidade, investindo mais pelo flanco direito por onde andavam Pizzi e Gilberto. Mas eram jogadas que tervinavam invariavelmente com remates mal direccionados ou com pouca força para criar grandes problemas. E o Paredes, cuja primeira missão era aguentar o máximo possível, convivia bem com isto.
Só de bola parada é que o Benfica marcou. Num livre do lado esquerdo do ataque, Cervi meteu a bola na área e Samaris, de cabeça, fez o 0-1. Era um golo que traduzia na medida certa o que se passava no campo: vantagem para a melhor equipa, mas não tão melhor que isso sobre o seu adversário.
E o Paredes, como que liberto do peso da responsabilidade de não sofrer golos perante um dos gigantes do futebol português, passou a colocar alguma intencionalidade ofensiva em campo. Antes do intervalo, foi dos homens de Eurico Couto a melhor oportunidade, com uma bola ganha a meio-campo que foi ter com Ismael, e o avançado da casa obrigou Helton a uma defesa vistosa.
A segunda parte foi mais do mesmo, com uma diferença: não teve mais golos. Teve foi mais jogadores “descobertos” por Jesus para fazerem número neste compromisso de Taça (Daniel dos Anjos, Tiago Araújo, Morato) sem que fizessem muito para terem mais oportunidades, como aconteceram com os da primeira parte - Ferreyra, um avançado argentino pago a peso de ouro, vai de certeza continuar na lista de dispensas, enquanto o seu compatriota Cervi foi dos que melhor aproveitou a oportunidade.
E também teve uma segunda parte com mais boas intenções do Paredes, que nunca deixou de tentar de agigantar-se perante um gigante que foi suficiente grande para não se deixar surpreender, mas não tanto quanto a sua obrigação. Jesus terá ficado suficientemente satisfeito por ter ganho, por ter poupado os seus melhores jogadores para outras batalhas (terá uma na quinta-feira, em Glasgow) e por não ter sofrido golos (a defesa não foi muito testada). Mas não descobriu aqui nenhuma “pérola” perdida.