FRU.TO apresenta o “poder transformador do alimento” em palestras e workshops online

O evento sobre sustentabilidade, organizado pelo chef brasileiro Alex Atala, em parceria com o Basque Culinary Center, decorre quinta e sexta-feira com oradores de todo o mundo. As hortas comunitárias de Cascais também vão estar em destaque.

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Alex Atala e Filipe Ribenboim, os organizadores do FRU.TO dr

Serão dois dias de histórias ligadas à alimentação e à maneira como ela pode mudar as nossas vidas. FRU.TO é o evento criado pelo chef brasileiro Alex Atala e o produtor cultural Felipe Ribenboim, que este ano inaugura uma parceria com o Basque Culinary Center, do País Basco, e pode ser acompanhado online, dias 19 e 20 de Novembro, com transmissão ao vivo através das plataformas Zoom e YouTube. As inscrições são feitas no site.

Num espaço que foi pensado para “trocar experiências, compartilhar conhecimento e brindar ferramentas que facilitem transformações necessárias”, poderemos ouvir, por exemplo, Chido Govera contar como superou as dificuldades da sua infância no Zimbabué, depois de ter ficado órfã, e tendo a seu cargo o irmão e uma avó, graças ao cultivo de cogumelos. Hoje, com a sua organização, Future of Hope, ajuda a criar oportunidades através da agricultura.

Tracy Chang, chef do restaurante Pangu, de Boston, nos Estados Unidos, vai falar dos projectos que lançou, como o Off their Plate, com o qual produz refeições para hospitais, ou o Restore Us, em que voluntários oferecem alimentos saudáveis a famílias em situações sociais mais vulneráveis.

O FRU.TO dá também palco à jovem francesa Camille Etienne, “uma das vozes mais escutadas entre os jovens que, em França, lutam contra a crise ambiental”, que apresentará o movimento “On est prêt”. E à investigadora britânica Carolyn Steel, que lançou recentemente o seu novo livro Sitopia, sobre a relação entre a cidade e a alimentação, à semelhança do que já tinha sido o seu livro anterior, Hungry City.

Na secção Diálogos, que acontece quinta-feira a partir das 15h (hora portuguesa) falar-se-á ainda de Food Design (Elsa Yranzo, Espanha), de economia circular (Gaëlle Le Gélard, Inglaterra), de abelhas nativas e biodiversidade (Jerônimo Villas-Bôas, Brasil) e de alianças para um comércio internacional justo (Pamela Coke-Hamilton, Suíça), entre outros temas. Alex Atala, do restaurante D.O.M. em São Paulo será um dos oradores e falará precisamente do valor do alimento e do seu poder transformador.

Para além das palestras, o festival apresenta ainda vários workshops – o primeiro, no dia 20 às 12h30, dirigido pelo português Luís Capão, da Cascais Ambiente, que irá falar do “Alimento como ferramenta de transformação: as hortas urbanas, os cidadãos e a comida local”.

Douglas McMaster, do Silo, no Reino Unido, apresentará a sua experiência na busca da sustentabilidade no seu restaurante, Oliver Holt, do Blue Hill at Stone Barns (EUA), falará do Kitchen Farming Project: plantando, colhendo e cozinhando; Marsia Taha, do Gusto, na Bolívia, de como se podem “impulsionar cadeias de valor através da gastronomia”; Blanca del Noval, do BCulinaryLab (Euskadi) da linguagem das ervas silvestres; e Jaime Camacho e Sebastián Pinzón, do Proyecto Caribe, na Colômbia, propõem-se “traduzir a biodiversidade de um país em apostas comestíveis”.

O programa completo pode ser consultado no site do FRU.TO, onde também se podem ver as comunicações das edições anteriores (o evento começou em 2018) e ter acesso a uma série de recursos, entre os quais vários documentários, sobre a sustentabilidade do sistema alimentar, tudo o que está mal e bons exemplos de como contribuir para alterar a situação.

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