Spike Lee vai fazer um musical sobre o Viagra
O desenvolvimento do medicamento contra a disfunção eréctil será o foco do novo filme do lendário realizador americano.
Spike Lee vai realizar um musical sobre o desenvolvimento do Viagra, o medicamento para tratar a disfunção eréctil. A notícia é da Variety, que acrescenta que o sucessor de Da 5 Bloods e de American Utopia, os dois filmes que o realizador lançou este ano, se baseará num artigo que David Kushner escreveu para a revista Esquire em 1998, All Rise: The Untold Story of the Guys Who Launched Viagra.
O guião é do próprio Lee e do actor e dramaturgo britânico Kwame Kwei-Armah, o actual director artístico do teatro londrino Young Vic. A música e as canções originais estão a cargo de Stew Stewart e Heidi Rodewald, responsáveis pelo musical da Broadway Passing Strange, que Lee filmou em 2008.
Não é um mundo novo para o cineasta, que, num comunicado enviado às redacções de algumas publicações norte-americanas, agradece à sua defunta mãe, Jacquelyn Shelton Lee, por esta o ter arrastado na infância para as salas de cinema, quando o que o pequeno Spike Lee queria era praticar desporto e jogar com os amigos nas ruas em vez de ver “pessoas foleiras a cantarem e a dançarem”. O realizador tem, de resto, explorado o universo dos musicais desde o início da sua carreira cinematográfica. Fê-lo em 1986, em Os Bons Amantes, filme a preto e branco que incluía a meio uma cena musical a cores. E American Utopia, já deste ano, é um filme-concerto a partir do espectáculo homónimo que David Byrne levou à Broadway.
Filmes como School Daze, de 1988, e Chi-Raq, de 2015, que não tiveram estreia comercial em Portugal, eram essencialmente musicais, mas, segundo o comunicado de Spike Lee, que faz referência à dupla Rodgers e Hammerstein, este novo filme será completamente dançado e cantado. Lee assume mesmo que vai “finalmente”, na sua quarta década como realizador, fazer um musical clássico.
O Viagra, um medicamento para curar a disfunção eréctil desenvolvido pela Pfizer – gigante farmacêutica que tem feito cabeçalhos nas últimas semanas com a sua vacina contra a covid-19 –, foi descoberto em 1989, quando se procurava algo para curar as anginas, e começou a ser comercializado em 1998.