Covid-19: número de infectados nas prisões em Portugal sobe para 380
Há actualmente 81 funcionários, 297 reclusos e duas crianças filhas de reclusas infectados pelo novo coronavírus nas prisões portuguesas. Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais garante que reclusos “estão genericamente assintomáticos”.
O número de casos positivos de covid-19 no sistema prisional em Portugal subiu para 380, entre trabalhadores, reclusos e jovens internados em centros educativos — o que corresponde a um aumento de 12 casos face aos dados divulgados na segunda-feira.
Entre os 380 casos positivos, 81 correspondem a trabalhadores (52 guardas prisionais, 15 profissionais de saúde, seis técnicos profissionais de reinserção social, quatro auxiliares técnicos, dois professores, um auxiliar de cozinha e um segurança de empresa privada) e 297 a reclusos, estando também infectadas duas crianças filhas de reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires — a prisão que contabiliza o maior número de infectados (148).
Em comunicado enviado esta terça-feira às redacções, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) destaca ainda que há a registar 167 recuperados, entre os quais 97 trabalhadores, 66 reclusos e quatro jovens internados em centros educativos que já recuperaram da doença.
Além das 148 reclusas e duas crianças infectadas na prisão de Tires, os resultados dos testes realizados a todos os funcionários e reclusas, cujos resultados foram conhecidos a 9 de Novembro, revelaram que há também oito trabalhadores infectados (cinco guardas prisionais, dois profissionais de saúde e um auxiliar de cozinha de empresa externa). A DGRSP explica que foram realizados na segunda-feira novos testes às reclusas que tinham anteriormente acusado negativo e esta terça-feira foram também efectuados novos testes aos casos positivos para critérios de alta, aguardando-se os resultados destas duas testagens.
No que diz respeito ao Estabelecimento Prisional de Lisboa, foram já conhecidos todos os resultados dos testes realizados a todos os reclusos e trabalhadores, sendo que o balanço mantém-se “inalterado”, contabilizando-se 99 infectados (93 reclusos e seis funcionários).
No sábado passado, foram também testados todos os reclusos do Estabelecimento Prisional de Guimarães, sendo que os resultados, conhecidos no domingo, indicam haver 23 reclusos com covid-19.
Quanto aos funcionários da prisão de Guimarães, foram testados a 31 de Outubro e submetidos a nova testagem esta segunda-feira. Os resultados foram todos negativos, mantendo-se por isso “o registo anterior de três casos positivos entre os trabalhadores”, casos estes “que decorrem da vida privada das pessoas”.
“Nos estabelecimentos prisionais de Tires, Lisboa e de Guimarães as reclusas e reclusos positivos à covid-19 estão genericamente assintomáticos e foram afectados a espaços específicos de cada um dos estabelecimentos prisionais onde se encontram em isolamento e sob acompanhamento clínico permanente”, sublinha a DGRSP em comunicado, destacando que as actividades de formação escolar e profissional e de trabalho, bem como as visitas (com excepção das visitas dos advogados), encontram-se suspensas nas três prisões mencionadas.
Além disso, refere, “os reclusos, a quem são diariamente entregues máscaras, manterão, naturalmente, o direito legalmente consagrado a recreio a céu aberto e a telefonar”. Relativamente aos funcionários dos espaços onde se encontram alojados os reclusos infectados, “estão apetrechados com o equipamento de protecção individual adequado, nomeadamente máscaras FFP2”.