Sector da música contribui anualmente com 82 mil milhões de euros para economia da União Europeia
Estudo feito pela Oxford Economics relativo ao ano de 2018 mostra que este sector rendeu 31 mil milhões de euros em impostos e gerou 9,7 mil milhões de euros em receitas de exportação.
O sector da música contava, em 2018, com dois milhões de trabalhadores e contribuía com quase 82 mil milhões de euros para a economia do espaço da União Europeia (UE), segundo um estudo divulgado esta terça-feira.
O estudo sobre o impacto económico da música na Europa foi feito pela Oxford Economics, encomendado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), e reporta a dados de 2018, incluindo toda a cadeia do sector, como estúdios de gravação, editoras, serviços de música, ensino, salas de espectáculos, intérpretes, compositores e agenciamento.
Segundo o estudo, o sector da música de todos os estados-membros da UE (incluindo ainda o Reino Unido) contribuiu com 31 mil milhões de euros em impostos e gerou 9,7 mil milhões de euros em receitas de exportação. “Cada euro directamente gerado ou investido pela indústria da música em 2018 significou um retorno de 1,8 euros para o Produtor Interno Bruto (PIB), em outras áreas da cadeia de valor do sector da música”, refere o estudo.
No espaço da União Europeia existem 7.400 editoras discográficas, das quais 1.670 se localizam no Reino Unido, 910 na Alemanha, 800 em França, 770 em Espanha e 110 em Portugal.
Para se perceber a importância do contributo anual do sector da música – 81,9 mil milhões de euros –, para a economia na UE, o estudo explica que aquele valor é superior ao PIB de nove Estados-membros (Luxemburgo, Bulgária, Croácia, Eslovénia, Lituânia, Letónia, Estónia, Chipre e Malta). Quanto aos dois milhões de trabalhadores estimados, o número significa que um em cada 119 trabalhadores na UE depende do sector da música, seja a tempo inteiro, a tempo parcial, trabalhando por conta própria ou para terceiros.
O estudo indica ainda que a riqueza produzida pela actividade económica ligada à música (o valor acrescentado bruto) foi de 37,5 mil milhões de euros, o que significa que foi 1,5 vezes superior ao contributo dos sectores do vinho e da produção de cerveja para o PIB da UE em 2018.
A IFPI sublinha a importância deste estudo, perante a escassez de dados estatísticos sobre o sector da música e de outras indústrias criativas, sobretudo para futuras tomadas de posição tanto ao nível de responsáveis da indústria como dos decisores políticos. “Para que o contributo do sector da música seja sustentável a longo prazo, é preciso que haja um retorno justo para todos os que contribuem e investem em música. E para que isto aconteça, o sector precisa de legislação justa e políticas enquadradas na Europa”, afirmou a directora executiva da IFPI, Frances Moore.