Os anos 20, 100 anos depois
O principal inimigo comum do mundo moderno continua a ser o ódio. Os governos devem agir rápida e eficazmente para prevenir mais atos de violência um pouco por toda a Europa.
Cada vez mais, assistimos, no mundo, a um escalar de extremismos, que enfraquecem as democracias e a liberdade, dando mais força ao medo generalizado. 35 anos depois, Viena voltou a sofrer um ataque terrorista, com vários tiroteios, incluindo junto à sinagoga Seitenstettengasse, o principal templo judaico de Viena, no centro da cidade. Em consequência, vários morreram e muitos outros ficaram feridos, incluindo um cidadão português.
E embora este ato hediondo se tenha passado a muitos quilómetros de distância de Portugal, este é um tema que não pode deixar ninguém indiferente, porque se trata de um ataque de ódio. E, por isso, um ataque a todos. O facto deste atentado em Viena ter tido uma sinagoga como um dos alvos não é acidental e mostra mais um ataque a um povo que, ao longo da sua história, tem vindo recorrentemente a ser perseguido.
A comunidade judaica em Viena tem cerca de 8 mil membros e mais de vinte sinagogas, escolas, supermercados, entre outros, tendo uma presença forte na cidade. Felizmente, no momento do atentado, muitos dos estabelecimentos estavam fechados, limitando, assim, o número de pessoas na rua. Mas, mais uma vez, a comunidade judaica foi, inexplicavelmente, tida como um alvo. Todavia, desta vez, vimos que o ódio e violência foi dirigido para quem também simplesmente caminhava na rua. E, tragicamente, este é apenas mais um episódio de terrorismo que temos vindo a assistir nas últimas décadas.
No século XX, os anos 1920 foram marcados por um turbilhão político que polarizou as sociedades e fez nascer extremismos políticos, com consequências inimagináveis e que deixaram marcas impossíveis de apagar. Não podemos deixar que a História se repita. Hoje, 100 anos depois, o principal inimigo comum do mundo moderno continua a ser o ódio. Mais do que nunca, os governos devem agir rápida e eficazmente para prevenir mais atos de violência um pouco por toda a Europa. Porque esta é uma luta de todos e apenas juntos conseguiremos combatê-la.
O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico