Covid-19: Filipe La Féria adia estreia de nova produção e apela a apoio do Estado

Espero por ti no Politeama iria estrear no próximo dia 18. Produtor diz que sem público “ou, na sua ausência”, sem apoio do Estado, se vê obrigado a “fechar por tempo indeterminado”.

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O encenador Filipe La Féria no seu teatro MIGUEL MANSO

O Teatro Politeama, em Lisboa, anunciou esta quinta-feira o adiamento da estreia da nova produção de Filipe La Féria, Espero por ti no Politeama, alegando que, sem público ou apoio do Estado, não lhe resta senão “fechar por tempo indeterminado”.

Num comunicado assinado pelo responsável do teatro, o encenador e produtor Filipe La Féria argumenta que este espectáculo, com estreia prevista para o próximo dia 18 e já em fase final de ensaios, mobiliza uma equipa de 75 pessoas que, “por tempo indeterminado”, se vê impossibilitada de exercer a profissão.

“Espectáculos com esta dimensão só podem ser viáveis com a presença do público ou, na sua ausência, pelo apoio do Estado”, sublinha a nota, concluindo que se estes dois requisitos não forem concretizados “a única hipótese é o fecho temporário do Teatro Politeama, que sempre sobreviveu apenas pela vontade do seu público”.

Com o agravamento da pandemia, o Teatro Politeama, como todos os teatros privados, não recebeu qualquer apoio do Estado, muito embora todo o esforço feito no sentido de adaptação a todas as normas e regras de segurança, acrescenta o comunicado.

“Em nome de todos os colaboradores”, o empresário lança um apelo ao “público e aos órgãos de soberania”, no sentido de não permitirem que “o pano baixe para sempre no Teatro Politeama”.

O Politeama é o segundo teatro privado de Lisboa a adiar espectáculos, depois de, na quarta-feira, o Teatro Maria Vitória ter anunciado a suspensão da revista que tinha em cartaz, Pare, escute e... ria!, reivindicando igualmente apoios do Estado.

Na altura, o gabinete da ministra da Cultura, questionado pela Lusa, respondeu que, “como já foi anunciado, o Governo irá aprovar um conjunto de medidas de apoio a vários sectores de actividade, onde se incluem, naturalmente, as entidades culturais”.