Líder do assalto a Tancos assegura que furto foi feito por apenas três homens

João Paulino prestou declarações em julgamento para assumir liderança do furto. Mas negou algum dia ter traficado droga.

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João Paulino está a depor no Tribunal de Santarém Daniel Rocha

O líder do roubo de material militar de Tancos, o ex-fuzileiro João Paulino, garantiu esta terça-feira em tribunal que foram apenas dois os cúmplices a ajudá-lo no furto - e não sete, como refere a acusação do Ministério Público. Só Paulino e um amigo seu conhecido como Caveirinha se terão, segundo este relato, introduzido no recinto, tendo o terceiro elemento, Hugo Santos, ficado no exterior de vigia. 

O líder do assalto garante que ignoravam o que estavam a roubar. Que entrou no perímetro com João Pais, Caveirinha, e que abriram, com o auxílio de equipamento próprio comprado em Espanha para o efeito, as fechaduras dos paióis mais à mão de semear. A ideia era roubar armas e munições para venderem no mercado negro.

O ex-fuzileiro negou algum dia ter traficado droga, apesar do haxixe e da cocaína que lhe foram apreendidos quando foi preso, e que não nega serem seus. 

Os 16 quilos de bolotas de haxixe que tinha consigo, justifica-os com uma encomenda que lhe foi feita por um conhecido, tendo-o feito com o objectivo de “ganhar algum dinheiro”. Viria depois a suspeitar, disse, ter sido uma armadilha que lhe montou a Polícia Judiciária, que o deteve poucos dias depois. Já no que diz respeito às 61 gramas de cocaína que tinha em casa, justificou-as como sendo para consumo próprio e dos amigos. “Depois do furto de Tancos andei psicologicamente um bocadinho stressado, a fazer estragações. Era para meu consumo e dos meus amigos”, contou.

O assalto a Tancos teve lugar no final de Junho de 2017, tendo Paulo Lemos e restantes suspeitos do furto sido detidos mais de um ano depois, em Dezembro de 2018. Admitindo ter liderado o assalto e ter, antes disso, ter ido a Espanha comprar um equipamento para abrir as fechaduras dos paióis, João Paulino negou várias vezes estar envolvido no tráfico de estupefacientes. “Não havia segurança nenhuma em Tancos. Rondas só faziam de vez em quando e as câmaras estavam todas estragadas”, declarou nas suas primeiras declarações no Tribunal de Santarém.

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