Gulbenkian e “la Caixa” apoiam 16 projectos de inclusão social pela arte com 1,5 milhões de euros
Os projectos “foram seleccionados entre 132 candidaturas, num concurso que, além da grande abrangência territorial, é marcado ainda pela diversidade de comunidades-alvo e de disciplinas artísticas, que vão desde o teatro à música, passando pelas artes visuais, a dança e o multimédia”.
A 1.ª edição da iniciativa PARTIS & Art for a Change, da Fundação Calouste Gulbenkian e da fundação espanhola "la Caixa", vai apoiar com 1,5 milhões de euros 16 projectos artísticos para a inclusão social em Portugal.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, a Fundação Calouste Gulbenkian refere que os 16 projectos “foram seleccionados entre 132 candidaturas, num concurso que, além da grande abrangência territorial — com entidades apoiadas pela primeira vez em S. Miguel (Açores), Faro, Odemira, Viseu, Esposende, Braga e Guimarães —, é marcado ainda pela diversidade de comunidades-alvo e de disciplinas artísticas, que vão desde o teatro à música, passando pelas artes visuais, a dança e o multimédia”.
A Fundação Calouste Gulbenkian apoia, desde 2013, projectos de intervenção social pelas artes através do programa Práticas Artísticas para a Inclusão Social (PARTIS). Este ano, juntou-se à “la Caixa”, que promove desde 2008 em Espanha a iniciativa Art for Change, criada “com o objectivo de apoiar projectos artísticos que promovessem a transformação social”.
Os 16 projectos escolhidos para a 1.ª edição da PARTIS & Art for a Change terão início em Janeiro de 2021 e têm entre dois e três anos de duração. São eles o Corre Mundos - Transformação Comunitária pela Art'Inclusiva, Bowing, Saco da Baixa, Arte e Olhar - Promoção da inclusão surdos/ouvintes através do teatro, Sente Mente - práticas artísticas para o bem-estar e saúde mental em mulheres, Alegoria das Cavernas, Radio(grafias) Iguais, Fazer Presente - Teatro Participativo em Diálogo Intergeracional, Causa Maior, Raizarte - uma orquestra, três comunidades, A Mina, Mulheres da Horta da Areia e da Devir, Trampolim - saltos para melhores sortes, Horta de Deméter, Por um Galho - intervenção social e artística pela natureza e A Meu Ver.
Entre os projectos, “que vão mostrar como as artes podem contribuir para a construção de comunidades mais sustentáveis e coesas”, estão “um grupo de teatro que junta surdos e ouvintes, uma companhia de artistas com mais de 60 anos, uma orquestra que integra crianças de três comunidades distintas na ilha de S. Miguel, um ‘Trampolim’ para jovens com predisposição para as artes circenses e performativas, uma metodologia de interpretação teatral para cegos e pessoas de baixa visão, entre muitos outros”.
A Fundação Calouste Gulbenkian destaca também “um interesse especial pelo tema do ambiente, com três projectos que cruzam as artes da terra, a natureza e as preocupações ambientais com as artes performativas, plásticas e visuais”.
Ao longo de três edições do PARTIS — a terceira está a decorrer — a Fundação Calouste Gulbenkian apoiou “48 projectos, num total de três milhões de euros de financiamento”. Nas duas primeiras edições, aquele programa “abrangeu cerca de 11.500 participantes, envolveu 651 organizações parceiras e resultou em quase 1000 apresentações públicas (espectáculos, instalações, exposições) que mobilizaram mais de 200 mil espectadores”.
Na primeira edição (2013/2016) foram apoiados 17 projectos, entre mais de 200 candidaturas, na segunda (2016/2018) 16, de 160 projectos recebidos. Na terceira edição (2019/2021) foram escolhidos 15 projectos, de 132 candidaturas.
Até hoje, receberam financiamento da Fundação “la Caixa”, no âmbito da iniciativa Art for a Change, “383 projetos, num total de cerca de cinco milhões de euros, que abrangeram 59 mil participantes, 170 entidades culturais e 308 artistas”.