António Costa ouve oposição e especialistas e no sábado decide sobre novas “acções imediatas” no combate à pandemia
A situação pandémica em Portugal está a preocupar o Governo, que vai ouvir os partidos, os parceiros sociais e os epidemiologistas.
Realiza-se no sábado um Conselho de Ministros extraordinário para avaliar a necessidade de adopção de novas medidas para prevenir e travar a contaminação da população pela pandemia de covid-19.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, recebe em audiência os partidos para os ouvir sobre a situação pandémica.
Entretanto, a ministra da Saúde, Marta Temido, e a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, estão a ouvir epidemiologistas. E, na sexta-feira, reúne-se o Conselho de Nacional de Saúde, órgão de aconselhamento do Governo para questões de saúde pública, que foi ouvido pela ministra Marta Temido a 19 de Outubro.
O ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, procede a audições com os parceiros sociais.
Na quinta-feira, António Costa participa no Conselho Europeu extraordinário, que decorre por videoconferência, para procurar uma resposta europeia coordenada.
É impossível prever que medidas serão tomadas, mas é possível que haja um crescendo de restrições. Refira-se que o primeiro-ministro, António Costa, nunca afastou a hipótese de o fazer se a situação o exigisse, rejeitando, contudo, a possibilidade de um novo confinamento generalizado. Excluído não está também que o Governo venha a concluir que deve propor ao Presidente da República o decretar de novo estado de emergência, como vigorou em Março e Abril.
Esta decisão do primeiro-ministro surge depois de o crescimento da pandemia ter atingido um nível elevado com uma média de novos casos diários superior a dois mil e quando, nos últimos 14 dias, Portugal ultrapassou o limiar de 300 novos casos por cem mil habitantes (também já está acima dos cem mil contágios no total acumulado desde Março).
Simultaneamente, têm crescido os números de internamentos hospitalares, o que levou a ministra da Saúde, Marta Temido, a afirmar que a situação em Portugal é “grave e complexa”, em conferência de imprensa, na segunda-feira.
Nesta quarta-feira, o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alerta para o aumento nos internamentos em Portugal devido à covid-19, avisando que este poderá ser apenas “o início” se as autoridades portuguesas não actuarem para conter o vírus.
“Estamos a assistir a um aumento em Portugal em termos de taxas de hospitalização e está a surgir um pouco mais tarde do que noutros países” europeus, afirma em entrevista à agência Lusa o director do departamento de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio.