Suíça segue “caminho intermédio” nas restrições para travar covid-19 sem paralisar a economia
O Governo suíço ordenou a interrupção das aulas presenciais nas faculdades a partir de segunda-feira, colocou novos limites às actividades desportivas e de lazer e decretou o uso de máscara em mais locais. O comércio a retalho não vai ser fechado, assim como restaurantes e outros segmentos-chave da economia, na esperança de que medidas mais limitadas sejam suficientes.
A Suíça ordenou nesta quarta-feira o encerramento de discotecas e acrescentou mais exigências ao uso de máscara, deixando o país maioritariamente aberto ao comércio, numa tentativa de combater a propagação da covid-19 sem recorrer a um confinamento económico mais rigoroso.
O Governo decretou a interrupção das aulas presenciais nas faculdades a partir de segunda-feira, colocou novos limites às actividades desportivas e de lazer e alargou o uso de máscara a escritórios, escolas secundárias e ao ar livre se as pessoas não conseguirem manter a distância necessária.
A Suíça, que em Junho parecia ter controlado a pandemia, viu o número de novas infecções disparar para 8616 nesta quarta-feira. Mesmo assim, o Governo decidiu não fechar o comércio a retalho, restaurantes e outros segmentos-chave da economia, na esperança de que medidas mais limitadas sejam suficientes.
"Temos de trabalhar com um bisturi e fazer cortes muito precisos”, disse o ministro da Saúde, Alain Berset, aos jornalistas em Berna. “Se não for possível controlar o vírus, então outras medidas são possíveis. Mas estamos a tentar tomar um caminho intermédio”, acrescentou.
Em algumas regiões, hospitais e unidades de cuidados intensivos estão a ficar lotados, com médicos a avisar que o sistema de saúde poderá chegar ao ponto de ruptura dentro de dez dias.
Para ajudar a evitar tal cenário, os ajuntamentos serão limitados a 50 pessoas ou menos e as actividades desportivas e culturais com mais de 15 pessoas serão proibidas. Os bares e restaurantes deverão fechar às 23h, enquanto as reuniões familiares privadas serão limitadas a dez pessoas.
O país planeia fazer até 80 mil testes à covid-19 diariamente – 50 mil testes rápidos de antigénio e 30 mil dos testes moleculares mais precisos – para expandir a capacidade de rastreio, pressionada pelo número de casos crescente.