Bolsas mundiais em queda perante subida de casos de covid-19
Investidores temem impacto económico de novas medidas de combate à pandemia e estão a desfazer-se de activos mais voláteis.
As hipóteses de uma recuperação mais célere parece estar a esfumar-se com o crescimento diário do número de novas infecções de covid-19 nos dois lados do Atlântico e o nervosismo começou a apoderar-se dos investidores habituais nas bolsas.
Na Europa e nos EUA, os principais mercados estiveram esta quarta-feira no vermelho. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 3% durante a sessão, despertando para o pior dia no último mês. Encerrou a recuar 3,53%, a maior queda diária desde Junho. O industrial Dow Jones fechou com perdas de 3,43%.
Nova Iorque acompanhou assim o comportamento bolsista nas praças europeias horas antes, onde a perspectiva de novas restrições na Alemanha e na França empurraram, segundo os analistas, o índice pan-europeu Stoxx 600 para mínimos de cinco meses, com uma quebra de 3,6% durante a sessão. No fecho a queda foi de 3%.
O índice alemão DAX chegou a recuar 5% durante a negociação desta quarta-feira, tendo fechado a sessão com perdas de 4,2%. O francês CAC recuou 3%, fechando antes da comunicação do Presidente Emmanuel Macron, prevista para as 19h de Lisboa.
Em Portugal, o índice PSI-20 encerrou em quebra (-2,23%). Galp Energia derrapou 7,27%, a Ibersol 7,63% e o BCP e EDP mais de 3%.
Mesmo activos habitualmente vistos como mais seguros (acções de empresas tecnológicas, por exemplo) estiveram em queda. A Microsoft, que anunciou ontem lucros acima do esperado para o terceiro trimestre de 2020, viu as acções caírem 3,55% durante a sessão, em linha com o índice das tecnológicas Nasdaq, que encerrou o dia a derrapar 3,7%. Os principais títulos da tecnologia encerraram com desvalorizações, como Amazon (3,76%), Apple (4,63%), Facebook (5,51%), hoje ouvida no senado norte-americano, e Tesla (4,39%).
O petróleo, por sua vez, esteve pouco acima dos 37 dólares, aproximando-se o preço do barril de Brent (referência para a economia portuguesa) daquele limiar mínimo registado em Setembro e reflectindo os receios de mais uma queda abrupta no consumo de combustíveis face à eventual repetição de restrições nos transportes ou até confinamentos.
Nos EUA, a cotação de empresas hoteleiras, companhias aéreas e de outros sectores mais expostos às consequências económicas de eventuais restrições anticovid estão a ser as mais prejudicadas pela fuga de investidores. A incerteza económica, aliada à incerteza política em véspera de eleições presidenciais, agendadas para 3 de Novembro, agrava ainda mais o nervosismo em Wall Street, que olha preocupada para a evolução da pandemia em solo nacional, com a média de 70 mil novas infecções diárias nos EUA.
Actualizado às 22h20m com fecho das bolsas nos EUA