A cerveja portuguesa agora tem um guia

São 101 produtores e respectivas marcas os que a Associação Cervejeiros de Portugal reuniu pela primeira vez. Juntos, desenham um mapa do país, de Caminha a Faro, sem esquecer as regiões autónomas.

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Nuno Ferreira Santos
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Francisco Romao Pereira

Temos as omnipresentes (e industriais) Super Bock e Sagres (SCC), as insulares, e mais antigas, Coral (Empresa de Cervejas da Madeira) e Especial (Melo Abreu) - e depois temos dezenas de cervejarias e microcervejarias que nasceram, sobretudo na última década, um pouco por todo o país. É o guia Cervejeiros em Portugal 2020-2021, lançado pela Associação Cervejeiros de Portugal online.

Não é uma listagem exaustiva, é antes o “mapeamento do melhor que se faz nos 18 distritos e ilhas em matéria de cerveja”, lê-se na introdução. O resultado desse trabalho conta-se em 101 produtores e suas respectivas marcas, que desenham um percurso pelo país que vai de Caminha a Faro e não esquece as regiões autónomas.

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É, provavelmente, um guia muito esperado pelos amantes de cerveja em Portugal. “Na cerveja nascem, todos os anos, novos produtores, empreendedores, marketeers e, através deles, novos consumidores e formas de consumo daquela que é a bebida alcoólica favorita dos portugueses”, justifica-se na introdução. Na verdade, a proliferação de cerveja artesanal nos seus vários estilos tem tornado cada vez mais difícil manter todas as novidades em dia, especialmente desde 2013, data da “explosão” de pequenas cervejarias.

Não que antes não existissem: desde a Beerhouse, no Funchal, fundada em 1996, passando pela Roll Beer, de 2006 (Pombal) e a Praxis, surgida em 2008 (Coimbra) - a cerveja artesanal existia mas não se “via”. Em 2010, data em que surgiram a Vadia e a A.M.O, por exemplo, passa a ser uma tendência tímida e em 2013 perde a timidez - de então para cá tornou-se moda, alimentada por bares dedicados apenas à cerveja. De 2020 não há notícias no guia, mas ainda em 2019 várias marcas surgiram.

Além da listagem dos cervejeiros e breve resumo da sua história e produtos, o guia oferece uma ficha com indicação de quais espaços podem ser visitados, de quais têm tap room e restaurante. Tudo para proporcionar aos amantes da bebida “símbolo maior de convívio e partilha” uma experiência mais completa no universo que começa na cevada e no lúpulo e termina na criatividade dos mestres cervejeiros (no estilo e nos ingredientes escolhidos). E que deve ser desfrutada “com moderação”, avisa-se.

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