Covid-19: com quase dois mil recuperados, Portugal tem primeira descida de casos activos desde Agosto

Número de recuperados aumentou, o que fez diminuir o valor de infecções activas (pela primeira vez desde 15 de Agosto). Nas últimas 24 horas, registaram-se 15 mortes e 1876 novos casos. Número de casos internados volta a subir.

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Covid-19 em Portugal: mais 15 mortes e 1876 novos casos Nelson Garrido

Portugal registou, nas últimas 24 horas, um dos valores mais altos de doentes recuperados da covid-19 de sempre — o segundo maior, em concreto. Nesta terça-feira, segundo a actualização da Direcção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 1932 casos recuperados, um valor só ultrapassado pelo que foi registado a 24 de Maio, quando foi feita uma actualização destes dados e foram contabilizados 9844 doentes recuperados. Neste fim-de-semana também foram contabilizados dois valores elevados de casos recuperados, num total de 2934 nos dois dias.

Para além do valor elevado de recuperados, Portugal registou, pela primeira vez desde 15 de Agosto, a primeira descida do número de casos activos, algo que pode ter sido influenciado pelo elevado número de recuperados. Há agora 39.625 casos activos (menos 71 do que nesta segunda-feira). Desde meados de Agosto que este indicador vinha a subir todos os dias, atingindo nesta segunda-feira o pico mais elevado: 39.696 infecções activas.

Do boletim desta terça-feira há a registar 15 óbitos relacionados com a covid-19 — num total de 2213 — e 1876 novos casos, um valor ligeiramente abaixo do desta segunda-feira e que faz com que Portugal tenha agora 103.736 casos confirmados. Pelo menos 56.126 pessoas estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde, mais 701 desde o dia anterior.

Em relação à distribuição dos casos de internamento, existem agora mais 63 do que no dia anterior, num total de 1237 pessoas internadas — destas, 176 estão internadas em unidades de cuidados intensivos (mais 11 do que na segunda-feira).

Grande parte das novas infecções desta terça-feira diz respeito a duas zonas do país: cerca de 58% dos novos casos (1106) foram registados na região norte, onde também se registaram cinco mortes, e 23% na região de Lisboa e Vale do Tejo (onde morreram seis pessoas nas últimas 24 horas).

Olhando para a distribuição dos casos por região, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem o maior número acumulado de casos no país — ao todo, são 48.596 os registos de infecção e 890 mortes por covid-19. O Norte tem 41.542 casos e 976 mortes — é a região com o maior número de vítimas mortais. Já o centro tem 8546 infecções (199 nas últimas 24 horas) e 281 mortes (duas desde segunda-feira). O Alentejo totaliza 2113 casos (87 novos) e 29 mortes (duas nas últimas 24 horas). No Algarve há 2266 casos de infecção (35 nas últimas 24 horas) e 22 óbitos. A Madeira totaliza 345 casos de infecção (onze novos) e zero mortes. Já os Açores registam 328 casos (mais três) e 15 mortes desde o início da pandemia.

Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 1093 são mulheres e 1120 homens. As 15 mortes registadas nas últimas 24 horas são referentes a cinco homens e cinco mulheres acima dos 80 anos e dois homens entre os 70 e os 79 anos e entre os 60 e os 69 anos. A doença causada pelo novo coronavírus é mais mortal na faixa etária acima dos 70 anos: a covid-9 matou 1906 pessoas com estas idades, o que representa 86,1% de todas as mortes registadas em todas as faixas etárias.

"É expectável” aumento dos recuperados nos próximos dias

Questionada sobre os números elevados de recuperados dos últimos dias, incluindo desta terça-feira, e se estes correspondiam a acumulações, a DGS explicou numa resposta enviada ao PÚBLICO que “contabiliza o número de novos casos considerados recuperados para esse dia, de acordo com as normas vigentes”, sendo que “os dados que constam do relatório de situação reportam às 24 horas anteriores”.

No entanto, a DGS admite que depois de, na semana passada, ter reduzido o período de isolamento para dez dias em doentes ligeiros ou assintomáticos, “é expectável que exista um aumento no número de recuperados” nos próximos dias.

Sobre quantos dias demora, em média, um doente a ser dado como recuperado, a DGS destaca que, de acordo com a anterior norma nº 004/2020, “a cura era definida laboratorialmente, o que poderia estar associado a períodos de recuperação mais longos, porque alguns casos continuavam a testar positivo nos testes para determinar a cura”.

“O que a evidência demonstra é que nas pessoas assintomáticas ou com doença (covid-19) ligeira não existe infecciosidade a partir do 8.º ao 10.º dia de sintomas, mesmo que ainda existam partículas virais detectadas por teste de PCR”, acrescenta.

Face à actualização da referida norma, “nas pessoas com doença ligeira a moderada a cura é determinada ao fim de dez dias, desde que haja uma melhoria significativa dos sintomas durante três dias consecutivos e ausência de febre”. “Nas pessoas com doença grave ou crítica, a cura é determinada ao fim de 20 dias desde que haja uma melhoria significativa dos sintomas durante três dias consecutivos e ausência de febre”, salienta a DGS.

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