Na última sexta-feira, Guilherme e Máxima da Holanda interromperam as férias na Grécia, depois de não terem sido poupados às críticas por parte dos seus súbditos, que condenam a viagem durante a pandemia. “Estivemos atentos às reacções das pessoas e aos relatos dos meios de comunicação”, justificaram o rei e a rainha num comunicado divulgado pela Casa Real da Holanda no final da semana. “Não queremos deixar dúvidas de que é necessário seguir as directrizes para controlar a covid-19. O debate sobre as nossas férias não está a contribuir para isso.”
Embora as férias dos reis não tenham violado nenhuma das regras estipuladas, incluindo as novas restrições aplicadas nos Países Baixos para responder a um dos maiores surtos de covid-19 na Europa, a decisão de as fazer não foi bem acolhida. O parlamentar Joost Seneller, do partido D-66 e um dos parceiros da coligação do governo do primeiro-ministro Mark Rutte, considera que “isto é imprudente e incompreensível”.
Terça-feira passada, o primeiro-ministro, num discurso transmitido pela televisão, pediu aos holandeses para “não violarem as regras” face à pandemia que já causou mais de 250 mil mortes por covid-19 na Europa. Rutte aconselhou os cidadãos a fazer férias no país e com as devidas precauções. “Podem ir de viagem, mas para destinos onde reservem uma casa de campo ou um quarto de hotel e evitem passeios.” No entanto, desencorajou os que preferem viajar para o estrangeiro. “Se forem para outros países, as vossas opções estão limitadas porque há poucos países que vos queiram receber”, alertou.
Apesar das preocupações do primeiro-ministro, o casal real viajou de jacto privado para a villa privada que tem na Grécia. Na passada sexta-feira, os Países Baixos atingiram um novo recorde de infecções pelo novo coronavírus, tendo ultrapassado os oito mil casos diários.