Jovens saudáveis poderão esperar até 2022 para ser vacinados, diz OMS

A prioridade deverá ser dada a profissionais na área da saúde, idosos e outros grupos vulneráveis, alerta a cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, que espera que uma vacina segura seja disponibilizada em 2021.

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Paulo Pimenta

As pessoas jovens e saudáveis poderão ter de esperar até 2022 para receberem uma vacina para o novo coronavírus (SARS-Cov-2)​. A cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, espera que uma vacina segura seja aprovada até 2021, mas alertou que mesmo assim será disponibilizada em “quantidades limitadas”.

A prioridade deverá ser dada a profissionais na área da saúde, idosos e outros grupos vulneráveis. “A maioria das pessoas concorda: vai começar com os profissionais de saúde e trabalhadores da linha da frente, mas, mesmo aí, é preciso definir quais deles estão em maior risco, e depois os idosos, e assim por diante”, disse Swaminathan, numa conferência de imprensa esta quarta-feira, 14 de Outubro. “Vão ser divulgadas muitas orientações, mas acho que uma pessoa comum, uma pessoa jovem e saudável, poderá ter de esperar até 2022”, realçou.

“As pessoas tendem a pensar que no início de Janeiro ou de Abril vão tomar a vacina e depois as coisas vão regressar ao normal”, disse a cientista e médica. “Não vai funcionar assim.”

A Organização Mundial da Saúde, a União Europeia e os Estados Unidos ainda não aprovaram nenhuma das vacinas que estão a ser desenvolvidas contra a covid-19. Mais de dez vacinas estão nas fases mais avançadas de ensaios clínicos em laboratórios por todo o mundo, disse Swaminathan.

À medida que as vacinas forem aprovadas, o grupo de especialistas em imunização (SAGE) da OMS irá divulgar as recomendações sobre como as distribuir, tal como faz actualmente com outras vacinas, incluindo a da gripe. “Qualquer decisão deve ser apoiada em valores éticos: equidade mundial, equidade nacional e reciprocidade”, anunciou o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Tedros Adhanom Ghebreyesus disse também que permitir que o novo coronavírus se transmita livremente é “simplesmente antiético” e que a vacina é a única forma de conseguir criar “imunidade de grupo”. 

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