Gucci lança “vestido” para homem que custa 1900 euros. Objectivo? Combater os estereótipos

A colecção Outono/Inverno de Alessandro Michele para homem está cheia de peças que tradicionalmente são envergadas por mulheres.

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Calças de flanela (880 euros) DR
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T-shirt (350 euros) DR
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Camisa comprida (1300 euros) DR
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Pullover (600 euros) DR
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Sapatos (790 euros) DR
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,Pronto para vestir
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Camisa comprida em algodão (1900 euros) DR
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Camisa comprida com tema floral (1500 euros) DR

Alessandro Michele, o designer por detrás da Gucci desde 2015, quer combater os estereótipos e a melhor maneira de o fazer é criando peças que possam ser usadas por homens e mulheres. A sua colecção Outono/Inverno 2020 para homem está cheia de camisas compridas que se assemelham a vestidos e houve uma que chamou a atenção da imprensa. No site, a marca italiana chama-lhe “camisa longa” e pode ser usada por cima de umas calças de ganga, mas a secção onde pode ser encontrada é na dos “vestidos”. Trata-se de uma peça de algodão, em tons laranja, que custa 1900 euros.

“Inspirado nos looks grunge dos anos 90 e com estilo sobre umas calças de ganga rasgadas, esta camisa em tartan em cores delicadas reflecte a ideia de fluidez explorada no desfile de moda Outono/Inverno de 2020, rompendo os estereótipos tóxicos que moldam a identidade de género masculina. O contraste da gola Peter Pan e o bordado na frente adicionam um elemento inspirado na infância”, diz a apresentação da peça no site.

Quando a colecção para homem foi apresentada, pela passerelle desfilaram não só modelos masculinos mas também femininos que vestiram casacos compridos com botões dourados, pullovers em tons rosa e camisas compridas (ou vestidos), meias de renda e sapatos abertos (ver fotogaleria em cima)

Em 2013, a Gucci criou uma campanha global, Chime for Change — cujas co-fundadoras são a actriz Salma Hayek e a cantora Beyoncé Knowles-Carter; e cujos parceiros são as fundações Kering e Bill & Melinda Gates, além da Hearst Magazines e do Facebook —, para juntar vozes pela igualdade de género. Segundo o site da organização, a campanha arrecadou mais de 16 milhões de euros para apoiar projectos em 89 países, beneficiando mais de 570 mil raparigas e mulheres em todo o mundo

O ano passado, depois de um escândalo com uma camisola que lembrava a blackface — então a Gucci foi acusada de racismo — a marca, que pertence ao conglomerado Kering, anunciou o lançamento de uma iniciativa para promover a diversidade racial dentro da empresa e da indústria da moda em geral, a Gucci Changemakers. Meses depois, criaria o cargo de directora global da diversidade igualdade e inclusão, para o qual foi escolhida a advogada norte-americana Renée Tirado, com o desafio de desenvolver e implementar estratégias a fim de criar um local de trabalho que responda pela igualdade e inclusão.

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