Quando Donald Trump se recusou a condenar movimentos de supremacia branca e pediu ao grupo de extrema-direita Proud Boys que se mantivesse “a postos”, não imaginava o boicote que aí vinha. Desde este domingo, 4 de Outubro, o Twitter tem visto a hashtag #ProudBoys ser inundada por conteúdo “muito gay”, como pediu George Takei, activista e actor da saga Star Trek.
“Pergunto-me se os miúdos do TikTok e BTS podem ajudar com isto. E se homens gays tirassem fotos aos beijos ou a fazer coisas muito gays e usassem a tag #ProudBoys? Aposto que ia mexer com eles”, escreveu. Takei partilhou uma fotografia com o seu marido e escreveu: “O Brad e eu somos #ProudBoys, legalmente casados há 12 anos. E estamos orgulhosos de todos os gays que se ergueram para reclamar o nosso orgulho nesta campanha. A nossa comunidade e aliados responderam ao ódio com amor, e nada poderia ser melhor do que isso.”
O actor acabou por não precisar da ajuda dos miúdos, já que rapidamente começaram a aparecer milhares de publicações feitas por políticos e personalidades da televisão. Bobby Berk, do reality show Queer Eye, partilhou também uma fotografia com o marido: “Olhem para estes pequenos #ProudBoys (#retweet para tornar esta hashtag em amor, em vez de ódio)”, escreveu.
Também as forças armadas canadianas nos Estados Unidos publicaram uma foto de um militar a beijar o namorado. “Se vestes o nosso uniforme, sabe o que significa. Se estás a pensar em vestir o nosso uniforme, sabes o que significa. Amor é amor. Sabes o que queremos dizer?”, escreveram, numa publicação que mereceu milhares de interacções.
À CNN, Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys, disse não entender o que estes homens estão a tentar alcançar. “Acho uma histeria. Isto não é algo ofensivo para nós. Não é um insulto. Não somos homofóbicos e não queremos saber com quem as pessoas dormem”, referiu.
Seja como for, a hashtag deixou de ser palco de conteúdo fascista e passou a celebrar o amor. “Crescemos numa época em que homens gays não tinham direitos; os jornais chamavam-nos poofs, a polícia não investigava quando éramos assassinados”, escreveu o jornalista britânico Patrick Strudwick. “Nós somos os verdadeiros #ProudBoys.”