Johnson e Von der Leyen concordam em prolongar negociaçoes do “Brexit” mais um mês

Os dois líderes dizem terem sido feitos bons progressos, mas mantêm-se os temas que bloqueiam as negociações sobre a relação futura do Reino Unido com a UE.

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Boris Johnson diz estar preparado para a ausência de um acordo com a UE até ao final do ano Reuters/HANNAH MCKAY

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegaram a um acordo para prolongar por mais um mês as negociações sobre o futuro das relações entre o Reino Unido e a União Europeia.

Os dois líderes conversaram este sábado por telefone para tentar fazer avançar as negociações que, segundo Bruxelas, devem ficar concluídas até ao final do mês ou, no limite, nos primeiros dias de Novembro, para que haja tempo suficiente para que cada um dos 27 Estados-membros ratifique o acordo até ao fim do ano.

Johnson e Von der Leyen “concordaram com a importância de se alcançar um acordo, se possível, como uma base forte para uma relação estratégica UE-Reino Unido no futuro”, segundo um comunicado conjunto. “Foram feitos progressos nas últimas semanas”, referem os dois líderes, mas “permanecem diferenças significativas, sobretudo, mas não apenas, nas áreas de pescas, as regras comuns, e a governança”.

Apesar de ambos terem concordado que houve progressos nas conversações, permanecem vários obstáculos. O chefe da equipa de negociadores da UE, Michel Barnier, viaja na próxima semana para Londres para se encontrar com o homólogo britânico, David Frost.

Antes de falar com a presidente da Comissão Europeia, Johnson tinha dito que iria continuar a tentar promover um tratado de livre comércio ao estilo do Canadá com a UE, mas que também estava preparado para cortar os laços próximos e reverter o relacionamento com o bloco europeu às regras da Organização Mundial do Comércio.

“Penso que há um bom acordo para ser feito. Há uma grande oportunidade para os dois lados”, afirmou.

As negociações vão continuar durante as próximas semanas até que em meados de Outubro os chefes de Estado e de Governo da UE se reúnam para avaliar os progressos.

As negociações entre Londres e Bruxelas estão bloqueadas pelas questões relativas ao acesso das frotas pesqueiras europeias às águas britânicas e pelas regras comuns defendidas por Bruxelas para garantir que nenhuma das partes baixe os padrões de qualidade dos seus produtos ou viole princípios da concorrência, através de subsídios públicos a empresas, por exemplo.

A aprovação esta semana de uma lei pelo Parlamento britânico que viola alguns princípios do acordo de saída veio acrescentar mais uma dose de incerteza a um processo inédito na História da União Europeia. No entanto, na sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse permanecer “optimista” de que um acordo poderá ser alcançado antes do fim do ano.

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