Vacina da meningite B já é dada nos centros de saúde. HPV para rapazes arranca com nascidos no início de 2009

Vacinação deve ser marcada por telefone ou email para evitar esperas, no caso da meningite B. Já os rapazes têm que aguardar pela convocatória dos centros de saúde.

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Adelaide Carneiro

A vacina da meningite B já começou a ser dada nos centros de saúde a todas as crianças nascidas a partir de Janeiro de 2019. Até agora, esta vacina (que é administrada aos dois, quatro e 12 meses de idade) apenas era gratuita para grupos de risco e as famílias tinham que gastar 285 euros, no total, pelas três doses quando as adquiriam nas farmácias. O novo Programa Nacional de Vacinação (PNV), que esta quinta-feira entrou em vigor, não contempla o direito a reembolso para as que já se vacinaram.

As crianças podem completar o esquema vacinal até aos quatro anos, mas a vacinação deve ser feita “o mais precocemente possível, uma vez que a maior incidência da doença se verifica nos primeiros meses de idade e até aos dois anos de vida”, sublinha Teresa Fernandes, coordenadora do PNV na Direcção-Geral da Saúde (DGS).  

O ideal é que a vacinação seja marcada antecipadamente por telefone ou email, para evitar aglomerados e esperas demoradas nos centros de saúde, cuja actividade está condicionada por causa da epidemia de covid-19, mas “as pessoas podem deslocar-se espontaneamente” a estes serviços, explica a responsável pela Direcção dos Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde da DGS, frisando que não há que ter qualquer tipo de receio porque “os circuitos covid e não covid são separados”.

A vacinação gratuita da meningite B está disponível para todas as crianças nascidas em 2019, porque estas serão repescadas e o esquema vacinal poderá ser completado no caso de já terem iniciado a imunização. Este é actualmente o subtipo mais comum nos casos de doença meningocócica invasiva em Portugal, que raramente provoca mortes, mas pode deixar sequelas graves nas crianças.

Atendendo ao actual contexto, os serviços de saúde vão dar prioridade à vacina da meningite B, uma vez que a maior incidência da doença ocorre nos dois primeiros anos de vida. Mas a anunciada vacinação contra infecções por vírus do papiloma humano (HPV) para os rapazes também vai arrancar, ainda que apenas vá ser administrada  inicialmente aos nascidos a partir de Janeiro de 2019 que serão convocados pelos centros de saúde.

Esta vacina vai ser administrada em duas doses, com um intervalo de seis meses, como acontece com a que é dada às raparigas para prevenir o cancro do colo do útero. Nos rapazes, o objectivo é prevenir carcinomas orais e lesões ano-genitais.

Devido à escassez da vacina a nível internacional, esta vai abranger primeiro os rapazes nascidos no primeiro semestre de 2009, devendo os que nasceram no segundo semestre de 2009 e em 2010 aguardar até serem convocados no próximo ano, sem problemas. “O risco de infecção por HPV não é imediato. O pico da transmissão acontece após o início da vida sexual”, justifica Teresa Fernandes.

Por último, a vacina contra o rotavírus, o principal causador de gastroenterites agudas em crianças, também passa a integrar o novo Programa Nacional de Vacinação, mas vai ser dada apenas a grupos de risco, cuja definição “ainda está a ser afinada”, especifica a responsável da DGS. Neste caso, a vacinação apenas arrancará a partir do próximo mês de Dezembro em data a definir.

O PNV, que completa 55 anos no domingo, funciona ininterruptamente desde o seu lançamento.

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