Covid-19: luz verde para uso de dexametasona em doentes que precisam de ventilação

Agência Europeia do Medicamento considera a dexametasona uma opção de tratamento para os doentes acima dos 12 anos que necessitam de suporte ventilatório.

Foto
Reuters/YVES HERMAN

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu parecer favorável ao uso de dexametasona em doentes com covid-19 que necessitem de suporte ventilatório, anunciou o Infarmed.

Segundo uma nota da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a decisão da EMA surge na sequência da revisão dos resultados do estudo Recovery, que envolveu o uso deste medicamento no tratamento de doentes com covid-19 internados. No parecer, a EMA considera a dexametasona “uma opção de tratamento para os doentes que necessitam de suporte ventilatório (desde a administração suplementar de oxigénio até à ventilação mecânica)”, refere a nota.

A dexametasona é um medicamento corticosteroide — que começou a ser considerado como um potencial tratamento para a covid-19 devido à sua capacidade para reduzir a inflamação — que desempenha uma acção relevante no desenvolvimento da doença em alguns doentes com covid-19 admitidos nos hospitais.

O Infarmed diz ainda que o parecer da EMA abrange “a possibilidade de utilização da dexametasona em adultos e adolescentes (a partir dos 12 anos e que pesem pelo menos 40 kg) que requerem terapia suplementar com oxigénio”. “A dexametasona poderá ser administrada por via oral ou sob a forma de uma injecção ou perfusão (gota a gota) numa veia. Em qualquer uma das situações, a dose recomendada nos adultos e adolescentes é de 6 mg uma vez por dia, por um período que se pode estender até dez dias”, explica.

A Autoridade Nacional do Medicamento informa ainda que “as empresas que comercializam medicamentos contendo dexametasona podem, agora, solicitar a inclusão desta nova indicação terapêutica para os seus medicamentos, submetendo um procedimento para este efeito às autoridades nacionais de medicamentos ou à EMA”.