Acorn TV: uma “alternativa acessível” à Netflix e à HBO com o melhor da televisão de língua inglesa
Serviço de streaming da AMC Networks estará disponível nas operadoras Nos e Meo a partir desta quinta-feira. Subscrição custa 2,99 euros mensais.
Chega a Portugal esta quinta-feira, 1 de Outubro, a Acorn TV, o serviço de streaming da AMC Networks. A plataforma, que estará disponível na Nos e na Meo, oferece, por uma subscrição mensal de 2,99 euros, um catálogo que se destaca pela aposta em séries de drama, mistério e comédia britânica.
Reunindo produções do Reino Unido e de países como Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Canadá, a Acorn TV, conta ao PÚBLICO o director-geral Matthew Graham, aposta numa “mistura de programas licenciados de outros canais [a oferta do serviço de streaming inclui séries provenientes de emissoras como a BBC, a ITV, o Channel 4, a ABC Australia e a RTE, por exemplo] e conteúdos originais”. Doc Martin, que está prestes a avançar para a sua décima e última temporada, será talvez o título mais conhecido, a par da série jurídica irlandesa Striking Out e de Jack Taylor (outra produção irlandesa), que também está disponível na Netflix e que tem no elenco o actor escocês Iain Glen, aplaudido pelas suas participações n’A Guerra dos Tronos e em Downton Abbey.
No que diz respeito aos dramas, a plataforma traz ainda a série de seis episódios Partners in Crime (2015) – uma adaptação de dois romances da histórica escritora Agatha Christie com as suas celebradas personagens Tommy e Tuppence, o único casal que a autora centenária utilizou em mais de um livro –, The Level, série de detectives que a ITV estreou em 2016 e onde contracenam Karla Crome (Hit & Miss) e Robert James-Collier (Downton Abbey e Coronation Street), ou Collision.
O clássico Detectorists (2014-2017), de Mackenzie Crook (Gareth Keenan na versão britânica de The Office), é o título que comanda as atenções no campo da comédia, seguido de Finding Joy, da humorista Amy Huberman, ou de Kingdom, série protagonizada por Stephen Fry (conhecido pelos seus longos anos de parceria com o actor Hugh Laurie, de House) que chegará à Acorn TV em Novembro.
Quanto ao mistério, Matthew Graham recomenda Foyle’s War (2002-2015), reverenciado drama policial cujo imaginário remete para a Segunda Guerra Mundial e que o director-geral da plataforma ainda considera “uma das melhores séries televisivas de sempre”, Inspector George Gently (2007-2017) e Indian Summers (2015-2016).
A Acorn TV, de resto, fará questão de actualizar o seu catálogo em Portugal mensalmente. “Queremos ter sempre algo de novo a oferecer às pessoas que confiam na nossa oferta. Primeiro ficam com um saborzinho, mas depois precisam de encontrar novidades frescas quando regressam”, conta Graham.
“Não queremos substituir ninguém”
O responsável lembra que o serviço começou a trazer dramas britânicos para os Estados Unidos numa altura em que “o público que consome esse tipo de conteúdos na América estava pouco ou mal servido”. Procurando chegar a fãs de “um tipo de storytelling clássico que, do mistério policial à comédia, a indústria do Reino Unido soube aperfeiçoar como mais ninguém”, a Acorn TV – que no ano passado ultrapassou a barreira de um milhão de subscritores – garante que não está no mercado para competir directamente com os grandes tubarões do streaming, como a Netflix, a HBO ou a Disney+.
“As grandes companhias lutam pela casa toda. Têm de convencer a mãe, o pai, os avós, os netos. E isso é uma tarefa extremamente difícil, comprar e criar conteúdo que agrade à família toda não é pêra doce. Nós, que por comparação somos um negócio bem mais pequeno, não temos esse problema. Sabemos exactamente qual é o nosso posicionamento no mercado, qual é a nossa oferta e qual é o público que nos procura. É um público que gosta de televisão britânica, sim, mas este não é um serviço só para anglófilos. É um serviço para pessoas que adoram boa televisão, que adoram séries bem escritas com bons actores e personagens cativantes que querem fazer aquilo que está certo”, frisa.
O director-geral não olha para o facto de o seu leque de programas não ser tão denso como o de uma Netflix ou uma HBO como uma desvantagem. “Às vezes, os espectadores abrem os serviços maiores e não sabem o que ver. Passam 20 minutos a clicar em coisas e acabam por desistir. Com a Acorn TV, isso não se coloca. Se uma pessoa quiser assistir a uma produção britânica de qualidade, num minuto vai encontrar algo que agarre a sua atenção. Não estamos a tentar substituir ninguém, queremos ser um bom complemento e uma alternativa acessível num mercado que continua a crescer”, reconhecendo que, com a quarentena, este ano tem sido de “um grande salto” para a plataforma em termos do número de subscrições.