Sporting com início perfeito mas ainda longe da perfeição

“Leões” triunfam por 0-2 em Paços de Ferreira no jogo de estreia na I Liga, com golos de Jovane Cabral e Coates.

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Jovane Cabral marcou o primeiro golo do Sporting no campeonato LUSA/ESTELA SILVA

Ainda é cedo para retirar grande significado, mas o Sporting está a encontrar o melhor antídoto para um início de época completamente fora do normal. Sem treinador, sem uma fatia importante do plantel e ainda com ferrugem, os “leões” lá vão contrariando as circunstâncias com vitórias. Sem grande espectacularidade, com alguns calafrios, mas com eficiência. Depois de uma entrada positiva na Liga Europa, o Sporting teve uma boa entrada na I Liga, com um triunfo por 0-2 em Paços de Ferreira, em jogo a contar para a segunda jornada. Foram os três primeiros pontos dos “leões” no campeonato (o seu jogo da primeira jornada com o Gil Vicente foi adiado), enquanto os pacenses ficam com o ponto do empate da primeira ronda em Portimão.

À distância, e limitado nas suas opções, Rúben Amorim escolheu o mesmo “onze” que tinha escalado para defrontar o Aberdeen há poucos dias, a contar com o entrosamento conquistado nesse primeiro jogo, e deixando para segundo plano algum natural desgaste físico decorrente do calendário carregado.

Pepa, um treinador habituado a fazer a vida difícil aos “leões”, por certo tinha isso no seu bloco de notas quando mandava a sua equipa fazer uma pressão selectiva nas saídas “leoninas” para o ataque. Umas vezes resultava, outras vezes não, e aí o “leão soltava-se para atacar com rapidez e propósito.

A partir do lado esquerdo, Nuno Mendes foi a principal fonte de perigo do Sporting. Logo aos 2’, fez um cruzamento perfeito na direcção de Tiago Tomás, mas o jovem avançado, que marcara no primeiro jogo, atirou por cima.

O Paços respondeu de imediato com um remate quase certeiro de Douglas Tanque aos 7’ — Adán nem se mexeu e a bola passou bem próxima do poste.

A resposta “leonina” foi num remate de Porro, defendido por Jordi, após solicitação de Jovane Cabral.

Não demorou muito mais o primeiro golo. Num canto de Nuno Mendes, a bola foi até à pequena área, a defesa pacense aliviou de forma incompleta e esta ficou à mercê de Tomás, que rematou na direcção na baliza, mas acertou em Stephen Eustáquio e, depois, no braço de Tanque. Fábio Veríssimo assinalou penálti, Jovane assumiu a responsabilidade e fez o 0-1, o primeiro do Sporting no jogo e no campeonato.

Pouco depois, o extremo cabo-verdiano sairia lesionado e saltou do banco Nuno Santos para fazer a sua estreia oficial, depois de ter recuperado da infecção de covid-19 (tal como Eduardo Quaresma), e à frente de Gonzalo Plata, que parece estar a perder espaço entre as primeiras opções.

O ex-Rio Ave mostrou logo ao que vinha, velocidade, verticalidade e mobilidade. Foi assim durante os cerca de 60’ que esteve em campo.

O Paços até conseguiu dividir o jogo, criou problemas e forçou o Sporting a errar muitas vezes, mas raramente foi perigoso. Depois de se ver em desvantagem, teve uma oportunidade de golo — um livre bem marcado a fugir à linha defensiva do Sporting, mas nenhum dos três homens da casa conseguiu emendar para a baliza de Adán.

Antes de terminar a primeira parte, Tomás voltou a ter nos pés mais um golo, após solicitação de Vietto, mas o seu toque na bola não serviu nem para golo, nem para assistir Nuno Santos, que estava em melhor posição.

Mesmo sem fôlego e pernas para 90 minutos, o Sporting foi conseguindo ser suficientemente esclarecido para controlar o que se passava no jogo e para dar a si próprio mais alguma margem de manobra.

Aos 63’, Nuno Mendes voltou a arrancar um dos seus muitos cruzamentos perfeitos e, desta vez, encontrou Feddal, que, por sua vez, encaminhou a bola para o seu parceiro da defesa Sebastian Coates fazer o 0-2, um prémio justo para o central uruguaio, outra das boas exibições do Sporting.

O dobrar da desvantagem desmotivou ainda mais a equipa da casa, que só voltou a aproximar-se com perigo para lá dos 90’, num cabeceamento de João Pedro após canto que saiu por cima da trave. E assim o Sporting, ainda imperfeito nas suas dinâmicas e longe de ser um produto acabado, se manteve vitorioso e sem sofrer golos. Não se pode pedir mais.

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