O responsável pela revista Flanzine, que conhece este sábado a 21.ª edição, disse à agência Lusa que esta é uma “edição única”, uma vez que não está em formato de papel, mas sim numa pen. “É uma edição única. É a edição número 21 e é também a primeira do século XXI. É uma revista que tem conteúdos multimédia e, por isso, em vez de ser em formato de papel, está numa pen dentro de uma caixa”, adiantou João Pedro Azul.
Este responsável editorial explicou que “dentro da pen está a revista em formato PDF, pronta a imprimir”, e estão também links de acesso a conteúdos e vídeos”, que alguns dos autores realizaram. “É uma edição que conta com a participação de 100 autores. Todos portugueses, desta vez, embora haja uma participação de uma brasileira, mas que reside em Portugal”, explicou.
Autores de várias áreas artísticas, como a literatura, poesia, artistas plásticos ou músicos, bailarinos ou ilustradores, foram “desafiados a pensar no futuro”, porque na hora de pensar no tema da nova edição “o futuro da Flanzine foi o início da discussão” até que, em Março, todos foram “desafiados a pensar no futuro”.
O primeiro desafio que João Pedro Azul fez foi ao “amigo Isaac Ferreira para dividir a coordenação editorial desta edição” e, “sendo ele um coleccionador do papel e de objectos”, a primeira ideia foi “pensar o futuro numa caixa com objectos”. “Com o surgimento da pandemia, passámos para o oposto, do artesanal para o multimédia. Foi quando nasceu um cartão pen, onde está a revista devidamente paginada para imprimir, só que tem conteúdos audiovisuais”, desvenda João Pedro Azul.
Neste formato a revista “permite ter conteúdos diferentes e permite ter mais autores a participarem e até autores que de outra forma seria difícil participarem”. Também por isso foi possível lançar desafios diferentes. “A Flanzine sempre foi esse espaço de liberdade e de experimentação, mas acho que é engraçado ver autores da escrita de repente usarem o vídeo para fazerem passar a mensagem. Ou, por exemplo, encontros de autores diferentes, como uma bailarina e uma realizadora que se encontram para fazer um trabalho para esta edição.”
João Pedro Azul assumiu ainda que “alguns foram desafiados a fazerem o que quisessem”, mas a outros foi “imposto um desafio” pela coordenação editorial da Flanzine, de forma a “provocar e a tirar os artistas da sua zona de conforto”. “Por exemplo, os fotógrafos foram desafiados a apresentarem fotografias de uma ideia de futuro próximo e, depois, confrontar esse trabalho com a ideia de um futuro mais longínquo, por escrito”, contou.
Uma edição diferente até no preço, uma vez que tem um preço mínimo, mas não fixo. Foram “feitos 300 números, 100 são para os artistas convidados e as restantes 200 têm o preço de produção dividido por elas, 11 euros cada, que é o preço base para a oferta que o comprador quiser dar”.