Bayern Munique conquista Supertaça Europeia
Alemães entraram a perder, mas venceram (2-1) o Sevilha de Julen Lopetegui após prolongamento, com um golo do espanhol Javi Martínez.
O Sevilha, hexacampeão da Liga Europa, teve, pelo menos, a ousadia de perturbar o hexacampeão da Liga dos Campeões, deixando o Bayern Munique numa posição pouco confortável. Graças à fiabilidade de Neuer e a um golo saído do banco, porém, os alemães arrecadaram, em Budapeste, a segunda Supertaça europeia do currículo (2-1).
Julen Lopetegui surpreendia Hansi Flick no quarto de hora inicial, ao ponto de, pela primeira vez nos últimos 12 jogos, os bávaros terem estado em desvantagem no marcador. A incredulidade era notória, face ao penálti cometido por David Alaba sobre Ivan Rakitic. Seis anos depois, o croata regressava ao clube andaluz para completar o 150.º jogo, aproveitando a “efeméride” para tentar vingar a recente humilhação sofrida ainda ao serviço do Barcelona (2-8).
Perante Manuel Neuer, o argentino Lucas Ocampos (13’) não hesitou, reforçando o ânimo dos espanhóis, que, tal como o Bayern, procuravam a segunda conquista na Supertaça Europeia. Mas um detalhe incontornável nesta fase da época, para além da qualidade do futebol dos alemães, acabaria por minar a confiança e capacidade de manter o ritmo imposto na primeira fase do encontro: para o Sevilha, a final de Budapeste era apenas o primeiro jogo da temporada, depois de duas vitórias em “amigáveis” na fase de preparação; para o Bayern, depois da goleada por 8-0 imposta ao Schalke, era uma oportunidade para mostrar que não perdeu ímpeto desde a conquista da Liga dos Campeões.
E isso notou-se com o Sevilha a esvaziar-se aos poucos, incapaz de acompanhar as movimentações de Gnabry e Sané, a visão telescópica de Kimmich e a acutilância de Lewandowski, bota de ouro de 2019-20, com 55 golos. O internacional polaco começou a aquecer com uma assistência para o golo do empate, que ofereceu a Goretzka (34’).
O Sevilha reagia de imediato e Luuk de Jong batia Neuer no minuto seguinte, em lance anulado por fora-de-jogo. Também Lewandowski, no início da segunda parte, teve um golo invalidado pela mesma razão, quando tudo levava a crer que a resistência do Sevilha acabava de quebrar.
Mas o videoárbitro (VAR) obrigava o Bayern a manter o pé no acelerador e a pressionar os espanhóis, com Lopetegui a sacrificar De Jong e Rakitic, depositando redobradas esperanças na criatividade de Óliver Torres e na profundidade do jovem marroquino En-Nesyri, confiante num erro que abalasse a confiança germânica.
Só que era preciso algo mais do que agitar o fantasma do prolongamento, até porque En-Nesyri, na primeira oportunidade flagrante da segunda parte, tremeu frente a Neuer, falhando, a três minutos dos 90, o que seria o golpe de misericórdia nas aspirações do Bayern.
O prolongamento apresentava-se como uma forma de tortura a punir o Bayern pela ineficácia, apesar das muitas tentativas de furar o bloqueio. Algo que só sucederia com a entrada do defesa espanhol Javi Martínez. O ex-Athletic Bilbau marcou de cabeça, cinco minutos depois de pisar o relvado, e decidiu a final, numa “traição” que o Sevilha não esperava.