Ana Gomes já tem um partido a apoiá-la: Livre aprova oficialmente a socialista

A direcção do Livre já tinha declarado a sua preferência pela socialista, mas procedeu a uma consulta interna. Os membros e apoiantes do partido apoiaram a decisão e uma “esmagadora maioria” escolheu Ana Gomes.

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Ana Gomes surge em segundo lugar na sondagem mais recente rui gaudencio

Depois de a direcção do Livre ter recomendado o apoio à candidatura de Ana Gomes, os membros e apoiantes do partido concordaram com a decisão e escolheram a antiga eurodeputada como candidata a apoiar nas eleições presidenciais de Janeiro de 2021. A decisão foi tomada através de uma consulta interna, feita via online, entre 18 e 19 de Setembro que perguntou aos membros se deviam apoiar alguma candidatura (91% considerou que sim) e qual dos actuais nove pré-candidatos na corrida o partido devia apoiar. Ana Gomes obteve 88,9% dos votos, uma “esmagadora maioria”, resumiu o partido.

Entre críticas ao mandato “complacente e passivo” de Marcelo Rebelo de Sousa, o Livre destaca a importância que uma candidata com o currículo de Ana Gomes terá no Palácio de Belém nos próximos cinco anos.

A segunda candidatura favorita foi a da bloquista Marisa Matias, que reuniu 9,88% dos votos dos membros do Livre. Já os restantes sete candidatos somaram apenas 1,18% dos votos dos membros do partido. No total, votaram 280 membros (41% do total de membros e apoiantes inscritos).

Recorde-se que a socialista Ana Gomes não obteve ainda um comentário oficial por parte das estruturas do PS que atira comentários sobre as presidenciais para a próxima Comissão Nacional, em Outubro. Enquanto o Largo do Rato se mantém em silêncio sobre a sua militante, o Livre destaca que a área política da esquerda não pode deixar de ter uma voz forte nestas eleições presidenciais”. 

Num comunicado enviado ao PÚBLICO, o Livre sublinha que Ana Gomes “tem mostrado que será uma Presidente livre, dialogante e firme” e lembra que o papel de Presidente da República irá “não só determinar a forma como será conduzida a vida do país nos próximos cinco anos, mas também influenciar de forma decisiva o resultado dos actos eleitorais que sucedem: autárquicas, europeias e legislativas”.

"Numa altura em que precisamos de inclusão, solidariedade, colaboração, e confiança - uns nos outros, nas instituições democráticas, na comunidade científica e na nossa capacidade colectiva de enfrentar problemas - as lacunas da democracia actual evidenciam-se”, analisa o partido. “Sem o combate específico às causas das desigualdades sócio-territoriais e de rendimentos, sem uma melhoria substantiva dos processos democráticos e sem decisão política com base em conhecimento científico, estamos a criar as condições ideais para a ascensão de grupos de extrema-direita, de ideologia fascista e de ataques directos aos alicerces da democracia”, conclui.

Marcelo é “complacente, passivo e conservador"

Nas palavras do Livre, o actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa tem sido “complacente, passivo e conservador”. O Livre critica a gestão com base na “espuma dos dias”, a desvalorização da ascensão da extrema-direita e a “confusão e colagem” de Marcelo Rebelo de Sousa ao Governo. “Quando se exige um Presidente que articule uma visão de progresso social, que represente a maioria política que em Portugal é de esquerda, temos um Presidente que, sendo um democrata, não é um progressista”, critica.

Destacando a experiência de Ana Gomes como ex-eurodeputada no Parlamento Europeu, o partido argumenta que a sua presença m Belém seria “um posicionamento fundamental em vésperas de Portugal assumir a Presidência do Conselho da União Europeia e de beneficiar de um Pacote de Recuperação Económica”.

O Livre destaca ainda o papel que Ana Gomes terá como Presidente da República, especialmente decisivo “nos combates contra a corrupção e a evasão fiscal”, elogiando a sua veia democrática, “conhecedora, respeitadora e zeladora da Constituição da República Portuguesa”. 

"O Livre assume assim a sua responsabilidade perante a democracia, tomando uma posição clara de apoiar Ana Gomes numa Presidência progressista, ecológica e humanista”, conclui.

Na lista de apoios a Ana Gomes constam já o deputado do PS e constitucionalista Pedro Bacelar Vasconcelos, Isabel Soares, ex-directora do Colégio Moderno e filha de Mário Soares e Maria Barroso, Maria Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação de um Governo PS e Adelaide Ribeiro, membro do secretariado nacional da Mulheres Socialistas.

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