Sem passadeira vermelha, o glamour dos Emmys fez-se a partir de casa
A 72ª edição dos prémios que elegem o que de melhor se fez na televisão durante o último ano decorreu num formato diferente do normal, tal como tantos outros eventos. A grande diferença foi a falta da passadeira vermelha, mas, mesmo a partir de casa, os looks dos famosos continuaram presentes. Tal como os discursos de tempero activista.
As indumentárias escolhidas pelo leque de caras conhecidas que marcam presença nos Emmys é quase tão importante como quem leva a estatueta para casa. Este ano a gala decorreu num formato híbrido, com Jimmy Kimmel a apresentar os prémios no Staples Center, enquanto os nomeados assistiam a partir de casa ou em locais escolhidos para o propósito. Os apresentadores das categorias também estiveram presentes na sala vazia, apenas com cartazes recortados em cartão a simular a presença dos convidados na plateia.
Sem passadeira vermelha onde mostrar as escolhas de roupa, calçado, acessórios, penteados e maquilhagem, a montra dos famosos foram as redes sociais. Mesmo em casa, as equipas de beleza aperaltaram os actores, realizadores e argumentistas nomeados para os prémios e o glamour continuou presente, mesmo num ano atípico devido à pandemia do coronavírus. A fotogaleria acima mostra alguns dos conjuntos que marcaram a noite.
A par dos visuais, outro grande destaque dos Emmys 2020 foram os discursos de quem arrecadou as estatuetas (e não só). Política, coronavírus, saúde mental e Black Lives Matter foram os tópicos centrais desta noite, que se iniciou com Jimmy Kimmel a pôr o dedo na ferida ao dizer que os Pandemmys (trocadilho entre pandemia e Emmys) não tinham audiência, uma vez que não se tratava de um comício de Donald Trump (onde o distanciamento social e a utilização de máscara não têm sido cumpridos).
Mark Ruffalo, que recebeu em casa o prémio de melhor actor em minissérie pela sua prestação em I Know This Much Is True, apelou ao amor e à compaixão pelo próximo e salientou a importância da saúde mental, especialmente nas circunstâncias em que mundo vive actualmente devido à covid-19. Deixou ainda o pedido ao público para que vote nas próximas eleições presidenciais dos EUA e questionou-se: “Vamos ser um país dividido e de ódio, um país apenas apenas para um certo tipo de pessoa? Ou vamos ser um país de amor, de força e que luta por todos?”
Também Regina King, vencedora do Emmy de melhor actriz em minissérie com a sua participação em Watchmen, fez menção às eleições que se aproximam e que podem ditar o rumo que os EUA vão seguir nos próximos quatro anos. Apesar de não ter tocado no assunto, a actriz tinha vestida uma blusa com a imagem de Breonna Taylor, uma técnica de emergência médica afro-americana de 26 anos, morta a tiro em Março numa rusga policial. Vários famosos e atletas norte-americanos têm tentado chamar a atenção mediática para o caso, de modo a que o processo contra os agentes avance mais rapidamente. A vencedora do Emmy para melhor actriz secundária em minissérie com a série Mrs. America, Uzo Aduba, também fez uso dos holofotes e utilizou igualmente uma blusa onde se lê o nome de Breonna Taylor.