Centenas de detenções durante marcha de mulheres contra Lukashenko

Uma das detidas, entretanto libertada, foi Nina Baguinskaia, de 73 anos, uma das militantes mais conhecidas do movimento de protesto.

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Algumas das manifestantes sentiram-se mal quando foram detidas LUSA/STR

Seriam umas duas mil as manifestantes que se juntaram no último de uma série de protestos de mulheres nas ruas de Minsk, a capital da Bielorrússia, onde os manifestantes não desistem de pedir a saída do poder de Alexander Lukashenko, há 26 anos à frente do governo do país e que o mês passado se declarou vencedor de umas eleições consideradas fraudulentas pela União Europeia.

É difícil saber com certeza quantas das manifestantes que este sábado desfilaram contra Lukashenko foram detidas – o grupo de direitos humanos Viasna disse à Associated Press que foram mais de 200 – mas terão sido seguramente muitas, tantas que a polícia antimotim ficou sem espaço nas carrinhas e acabou por se ver obrigada a libertar dez mulheres logo depois de as deter.

Na descrição da AFP, os membros da polícia antimotim, de cara tapada e uniformes negros, apoiados por polícias em uniformes caqui e outros à paisana, bloquearam a marcha, empurrando e arrastando rapidamente centenas de manifestantes para os seus veículos.

Algumas das detidas sentiram-se mal e foram chamadas ambulâncias. Uma manifestante foi levada depois de ter estado deitada no chão, aparentemente inconsciente, diz a televisão Al-Jazeera. Entre as detidas chegou a estar Nina Baguinskaia, a activista de 73 anos que se tornou num dos rostos mais conhecidos dos maiores protestos de sempre no país. A polícia libertou-a pouco depois, à porta de uma esquadra.

“A estratégia agora parece ser basicamente tratar toda a gente com tanta violência quanto possível, garantindo que as pessoas estão tão assustadas e intimidadas que deixam de se manifestar”, diz Step Vaessen, enviada da televisão Al-Jazeera em Minsk. “Só que está acontecer o oposto e cada vez que detêm mais pessoas, mais determinadas estas parecem estar em regressar à rua.” Domingo está previsto um grande protesto.

Antes da marcha deste sábado, Svetlana Tikhanovskaia, rival de Lukashenko nas presidenciais de 9 de Agosto que entretanto se refugiou na Lituânia, elogiou as “corajosas mulheres da Bielorrússia”. “Elas vão marchar apesar de serem constantemente ameaçadas e pressionadas.”

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