Media Capital revela futuros donos de 43,5%. Cristina Ferreira fica com 2,5%

Grupo dono da TVI e da rádio Comercial vai deixar de ter espanhóis da Prisa no capital social, que anunciaram venda dos últimos 64,47% que ainda detêm a vários investidores. Alguns começam a ser confirmados ao mercado, como Cristina Ferreira

mario-ferreira,media-capital,tvi,empresas,media,economia,
Fotogaleria
Nuno Ferreira Santos
mario-ferreira,media-capital,tvi,empresas,media,economia,
Fotogaleria

Por 36,85 milhões de euros, o maior grupo de media espanhol anunciou a 4 de Setembro ter acordado alienar 64,47% do capital da Media Capital, detidos através da Vertix, a “vários investidores”. Na quinta-feira foram anunciados três e esta sexta-feira mais dois dos futuros potenciais accionistas da dona da TVI ao mercado.

Sobre 20% do capital da Media Capital SGPS (ou 16.902.636 acções) a Triun SGPS anunciou que essa participação lhe é imputável. “A participação qualificada é imputada à Triun em virtude de esta poder adquirir a referida participação por acordo celebrado, no dia 3 de Setembro de 2020, com a Promotora de Informaciones, S.A.”, mais conhecida por Prisa e com a Vertix. O valor da venda não é revelado ao mercado.

A Triun, explica o comunicado, tem como “beneficiários efectivos” Paul Gaspar, Mariana Gaspar e Francisco Gaspar. A Lusa, no dia 4 de Setembro, noticiou que Paulo Gaspar é filho de Avelino Gaspar, presidente do grupo Lusiaves.

Outros 16% do capital da Media Capital foram alvo de outro acordo com outro grupo de investidores, também agora formalmente revelados: a compradora Zenithodyssey Lda celebrou com a Vertix, também a 3 de Setembro, “um contrato de compra e venda de 13.522.073 acções” da Media Capital SGPS, “correspondentes a 16%do capital sociais e direitos de voto” do grupo de media português.

Neste caso, é ainda adiantado que “o contrato de compra e venda encontra-se sujeito a determinadas condições acordadas entre as partes”. Mas o montante da operação não é adiantado.

E quem são os donos da Zenithodyssey? Em 50%, a sociedade CIN – Corporação Industrial do Norte (por sua vez controlada pela holandesa Pleso); em 18%, a sociedade Polopique (controlada pelo empresário Luís Guimarães); em 12% a sociedade Volume Volátil (controlada pelo empresário Filipe Barbosa Carvalho); em 10%, pela Zagfest- Imobiliária (controlada pelo empresário Rui Armindo Freitas); e em 10% a sociedade Alfredo & Carlos – Imobiliária (controlada pelos empresários Alfredo Alves Pereira e Carlos Albves Pereira). Alguns destes empresários foram revelados a 4 de Setembro pelo Expresso e pelo Eco.

Mais 3% do capital social da Media Capital, foi também anunciado esta quinta-feira ao mercado, foram negociados para passarem para a posse directa da empresa Fitas e Essências Lda, “controlada pelo sócio maioritário Stéphane Rodolphe Picciotto”.

Entre Fitas e Essências e a Prisa (via Vertix) foi celebrado um “acordo que permitirá a aquisição de participação qualificada assim que se verifiquem as condições suspensivas nele previstas”, para a “aquisição de uma participação accionista qualificada de 2.535.395 acções, representativas de 3% do capital” e direitos de voto da Media Capital. Pela terceira vez, o valor do negócio não foi revelado.

Cristina Ferreira com 2,5%

Uma fatia de 2,5% irá para a sociedade Do Casal Investimentos, soube-se já na manhã desta sexta-feira, 11 de Setembro, por outra comunicação ao mercado. Neste caso, o acordo formalizado com o grupo espanhol visa a “aquisição de uma participação qualificada, concretamente para a compra e venda particular de 2.112.830 acções representativas de 2,5% do capital social e direitos de voto da Media Capital”.

Quem responde pela Do Casal Investimentos (DCI), com sede na Ericeira e cinco mil euros de capital social? “A DCI é detida maioritariamente pela sua sócia Cristina Maria Jorge Ferreira, pelo que quaisquer direitos que sejam ou venham a ser imputáveis à DCI serão igualmente imputáveis à referida sócia, por conta de quem esta comunicação é igualmente efectuada”, anuncia a DCI ao mercado.

Esta sexta-feira foi conhecido o potencial dono de outros 2% da dona da TVI, desta feita em nome individual. A Manuel Ferreira Lemos é imputável “um total de 1.690.264 acções, representativas de 2% do capital social e direitos de voto da sociedade grupo Media Capital SGPS”. Neste caso, e ao contrário de todos os restantes que anunciaram ter celebrado o negócio entre 3 e 4 de Setembro com a Prisa, o acordo foi “celebrado a 26 de Agosto”.

Com os cinco comunicados divulgados esta quinta e sexta-feira, até ao momento, através do site da CMVM – porque a Media Capital ainda detém 0,26% do capital disperso em bolsa – são formalmente identificados os accionistas de 43,5% dos cerca de 65% sobre os quais a Prisa anunciou há uma semana ter fechado negócio.

Falta ainda saber quem são os accionistas dos restantes 20,97%, sendo já veiculado, pelo Expresso e Eco, que Pedro Abrunhosa e Tony Carreira estarão também entre os futuros donos da Media Capital.

A 4 de Setembro, a Prisa anunciou negócio a vários investidores acrescentando “que foi autorizada pela Pluris no âmbito do pacto de accionistas assinado com a Vertix”, e que a operação “está condicionada à obtenção de um waiver de determinados credores financeiros da Prisa, bem como à autorização das autoridades reguladoras portuguesas que possam revelar-se necessárias”.

A Pluris é a sociedade do empresário Mário Ferreira, que em Maio adquiriu 30,22% da Media Capital por 10,5 milhões de euros.

O NCG Banco, da Abanca, detém os restantes 5% da Media Capital.

Sugerir correcção