Turismo europeu pede coordenação entre Estados-membros nas restrições de viagens

Se os governos colaborarem entre si, o fluxo de viajantes poderia aumentar cerca de 27%, recuperando 10 milhões de empregos no sector na Europa, defende o sector

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Rui Gaudencio

A aliança Manifesto Europeu de Turismo, que reúne representantes do sector europeu de viagens e turismo, apela aos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), em comunicado divulgado esta terça-feira, para que cheguem a acordo sobre “restrições harmonizadas de viagens” e para implementarem rapidamente ajudas ao sector, de forma a sobreviver à crise provocada pela pandemia de covid-19.

Segundo a aliança, os europeus estavam interessados em viajar ainda este Verão, contudo as restrições aplicadas (como por exemplo os requisitos de quarentena que o Reino Unido exigia a quem viajasse para Portugal, até meados de Agosto) e a constante mudança das mesmas “causara frustração tanto para as empresas como para os viajantes”.

O Manifesto Europeu de Turismo aplaude os esforços de Bruxelas para coordenar as viagens dentro da UE e do espaço Schengen. Esta proposta, disponível na página online da Comissão Europeia, recomenda que haja, entre outros, critérios comuns para os 27 ao decidirem sopre a imposição de restrições de viagens, “um quadro comum de medidas aplicadas aos viajantes de zonas de alto risco”, um código comum de cores para identificar regiões seguras e de alto risco e que seja disponibilizada atempadamente qualquer informação ao público sobre restrições de viagens.

Deste modo, o Manifesto apela aos governos que aprovem a proposta da Comissão Europeia. Pede ainda que o sistema comum de código de cores para identificar áreas de risco, seja feito por regiões, considerando por exemplo as ilhas.

Adicionalmente, espera que as medidas comuns aplicadas aos viajantes de alto risco sejam baseadas em provas científicas, “uma vez que não há razão para restringir as viagens a países inteiros se apenas certas regiões forem afectadas”. Assim, é recomendo que a quarentena seja substituída por testes de rastreio, que as limitações sejam mais específicas (por zona, por exemplo), que as restrições aos passageiros já em trânsito sejam evitadas e que haja harmonização no rastreio de contactos de um infectado na UE.

O turismo tem sido um dos sectores mais afectados pela pandemia devido às restrições de viagens impostas, quer dentro da Europa, quer em viagens transatlânticas. Segundo o comunicado, a confiança dos viajantes foi fortemente afectada pela crise sanitária.

“As taxas de ocupação hoteleira na Europa foram de 26,5% em Julho de 2020, o que representa uma queda de 66,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado” indica a nota. Adicionalmente, países como França, Alemanha, Países Baixos e Reino Unido viram apenas “40% dos volumes de viagens intra-europeias de 2019”.

De acordo com o comunicado, esta abordagem ajudará a que o sector recupere da crise vivida. A aliança cita um estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo que indica que cada 2,7% de aumento nos fluxos de viagens geraria ou traria de volta um milhão de empregos no sector. Se os governos colaborarem entre si, o fluxo de viajantes poderia aumentar cerca de 27%, recuperando 10 milhões de empregos no sector na Europa, acreditam os subscritores do Movimento.

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