Já há um Museu da Felicidade no mundo e quer tornar-nos mais felizes
Numa altura em que o mundo se aflige com a pandemia, abriu um museu para guiar-nos para a felicidade. É “um pequeno museu sobre as grandes coisas da vida”, resume o criador e director deste novo museu, Meik Wiking, o autor de O Livro do Hygge.
O que é a felicidade? Boa pergunta, milhões de respostas. Na Dinamarca, que até costuma disputar os lugares cimeiros do ranking anual dos países mais felizes do mundo, acaba de abrir um espaço que pretende ajudar a descobrir caminhos e a tornar os seus visitantes mais felizes. O Museu da Felicidade, Happiness Museum de seu nome internacional, Lykkemuseet no baptismo original dinamarquês, está localizado em Copenhaga e é obra de um instituto que se dedica, precisamente, a estudar a felicidade.
Único no mundo, junta-se a outros museus sentimentais peculiares, como o seu exacto inverso, nascido na Croácia, o Museu dos Corações Partidos. Mas se neste último o visitante é capaz de sair de lágrima no olho, no novo museu da capital dinamarquesa a ideia é sair mesmo a rir, ou pelo menos com um largo sorriso. E também mais educado no que concerne à “filosofia” e à “ciência” da felicidade.
Ao contrário do seu tema, é pequenino. É “um pequeno museu sobre as grandes coisas da vida”, como disse à Euronews o director deste novo museu que se quer vivo e faz uma “visita guiada à felicidade pelo mundo”. “Vê-se a história da felicidade, vê-se a política da felicidade, a ciência da felicidade, por isso é um pequeno museu mas sobre as grandes coisas da vida”, resumia Meik Wiking, que é também o autor de O Livro do Hygge e fundador do The Happiness Research Institut, “pai” do museu.
O hygge, conceito exportado pela Dinamarca para todo o mundo, define-se como um estilo de vida em busca do bem-estar, do conforto, no dia-a-dia. A este conceito, Wiking juntou outro, a que dedicou outro livro, o Lykke, que significa precisamente felicidade (lá está o nome do museu na língua original, Lykkemuseet). Quando esteve em Portugal a promover o seu livro, dizia ao PÚBLICO que tinha criado uma espécie de “menu de ideias”, a partir do qual os leitores (e agora os visitantes do museu) podem escolher, analisar e, caso queiram, implementar nas suas vidas. Wiking é também autor d' A Arte de Criar Memórias, outro bestseller.
Além de analisar detalhes históricos, estudos, apontamentos sobre a felicidade individual e no mundo, brincadeiras, diversões e materiais audiovisuais – está destinada a tornar-se ainda mais célebre uma certa ilustração e frase em latim, Hic Habitat Felicitas, exposta no museu, esta que se segue –, o museu também se abre à participação dos visitantes, que podem deixar nas paredes as suas ideias sobre a felicidade.
“A nossa esperança é que os visitantes saiam um pouco mais sábios, um pouco mais felizes e um pouco mais motivados para tornarem o mundo um lugar melhor”, diz Wiking na apresentação do projecto.
No museu, interactivo, mostra-se como a “felicidade está relacionada com todas as áreas da nossa vida”. Há oito salas e em cada uma explora-se a felicidade de uma perspectiva diferente. Podem ser feitas “terapias de luz” e “experiências de pensamento”. Até lançam questões com um toque Matrix: “Escolheria, por exemplo, uma ‘máquina de experiências’ que providencia experiências agradáveis mas que é uma ilusão, ou preferiria o mundo real, onde a perda, a dor e o desconforto fazem parte do pacote?” Mais uma vez, boa pergunta.
Na colecção, há, indicam, objectos doados por pessoas de todo o mundo, que “lhes lembram momentos felizes das suas vidas”. Outras secções vão pela geografia, a ciência, a história ou a política da Felicidade, a felicidade à volta do mundo, incluindo uma área autónoma para analisar a felicidade nórdica. Uma sala especial chama-se apenas O Sorriso. E qual é o futuro da felicidade? Também se dá pistas para isso.
As notícias sobre a abertura do museu dão a volta ao mundo e num ano de tantas tristezas todas têm um tom de alegria. A Lonely Planet destacava a abertura do espaço e resumia assim a reacção: “O novo Museu da Felicidade é exactamente o que o mundo precisa neste momento”. Uma frase particularmente feliz ;)