O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na Fox News que “forças negras” controlam o seu adversário democrata às eleições de Novembro, Joe Biden.  “Quem é que pensam que está a puxar os cordelinhos? São as pessoas de Obama?”, perguntou Trump, que continuou: “São pessoas de que nunca ouviram falar, pessoas que estão nas sombras negras”.

O Presidente dos Estados Unidos fez várias afirmações que a própria entrevistadora da Fox News considerou bizarras e que sugerem “teorias da conspiração”. Disse, por exemplo, que “bandidos” em “uniformes pretos” estão a chegar a Washington.

A dois meses das presidenciais, Trump foi entrevistado na Casa Branca pela jornalista Laura Ingraham, que lhe perguntou pelo significado das “forças negras": “O que é que isso quer dizer? Parece-me uma teoria da conspiração. O que é isso?”

“Há pessoas nas ruas, há pessoas que estão a controlar as ruas”, respondeu Trump. 

Segundo o relato da entrevista feito pelo jornal The Guardian, a conversa ficou ainda mais estranha. “Este fim-de-semana houve uma pessoa que chegou de avião vindo de certa cidade. E o avião, estava quase lotado com bandidos com uniformes escuros, uniformes negros, com equipamento e coisas assim”, disse o Presidente Trump, que se recandidata pelo Partido Republicano a um segundo mandato.

Ingraham pediu pormenores. Trump respondeu “um dia conto-lhe, está a ser investigado”, e continuou que a sua testemunha que ia a caminho da Convenção Republicana disse ter visto “muita gente que ia fazer estragos”.

Na entrevista Trump também descreveu o movimento Black Lives Matter como uma “organização racista” com um nome que discrimina porque “é mau para as pessoas negras”.

O Presidente visita Kenosha nesta terça-feira, apesar de o governador do Wisconsin, Tony Evers, ter dito que a viagem pode inflamar os ânimos. Há protestos na cidade depois de disparos contra um afro-americano, Jacob Blake. Trump defendeu o ataque de Kyle Rittenhouse, que disparou contra manifestantes, matando dois, considerando que “podia ter sido morto” se não tivesse usado a sua arma, sugerindo que o adolescente – apoiante do Presidente – agiu em legítima defesa.